Para além das ratazanas, outros companheiros igualmente nojentos e inseparáveis dos homens das trincheiras da Primeira Guerra Mundial foram os piolhos. O desenvolvimento da higiene pessoal neste último século é capaz de tornar o desconforto dessa praga numa abstracção para quem leia este poste. Além disso, a própria dimensão do parasita torna-o um desapontamento em termos de imagem fotográfica.
Mas a verdade é que para a geração dos nossos avós a pose assumida pelos soldados nestas sucessivas fotografias não tem segredos sobre o que eles estão a fazer, incluindo o gesto único da última foto da série (abaixo), aquele unir das unhas dos dois polegares até se ouvir o estalido sinónimo da morte do bicho. Além de incómodos, os piolhos podiam ser infecciosos,...
...carregando consigo uma bactéria que provoca a, apropriadamente designada, febre das trincheiras, inicialmente identificada em 1914, e que infectou e incapacitou por semanas milhões ao longo dos quatro anos do conflito. Com o combate aos piolhos tornado numa prioridade de saúde militar, a sua erradicação passou rapidamente da actividade artesanal para a industrial,...
...grandes instalações onde todos iam a banhos, eram inspeccionados e mudavam totalmente de roupa, com a antiga a ser desinfectada quimicamente. Como essas operações tinham lugar imediatamente depois do retorno dos períodos de serviço na frente de combate, o ritual da desparasitação até podia adquirir um cunho reconfortante, como se deduz por este cartão de natal de 1914 da 4ª divisão britânica.
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