O sucesso da escola franco-belga de Banda Desenhada que fez os sonhos de uma ou duas gerações de portugueses (onde me conto) acabou por desaparecer durante a década de oitenta. Ou, pelo menos, desapareceu naquele formato de revista semanal com histórias em continuação. Já li muitas explicações para que isso tivesse acontecido, tanto mais que, na origem (a Bélgica e a França), o sucesso do fenómeno havia começado uns vinte anos antes do português e terá tido no total uma duração de uns 30 a 40 anos…
Apercebo-me agora quanto aquele fenómeno era estritamente europeu, só que naquela modalidade de Europa que o general de Gaulle mais apreciava e que alguns franceses mais distraídos (como parecia ser o caso de Jacques Chirac...) ainda pensam que perdura: a França que dirige a Europa que os outros seguem… Num levantamento não científico, mas creio que representativo, contei que entre os autores de BD de que me lembrava daquela época daquelas publicações cerca de 40 eram belgas e mais outros 20 eram franceses. Fora isso, haveria uma dezena de outras nacionalidades.
Mais curioso e significativo, mais de 90% dos autores belgas que enumerei são francófonos e oriundos de Bruxelas ou da Valónia, quando apenas cerca de 40% da população total da Bélgica o são. Ora, regressando a uma das causas da explicação para o seu desaparecimento, além de outras razões geracionais e económicas, a verdade é que escola franco-belga de BD provavelmente acabou por implodir por não se ter expandido do seu núcleo francófono para abranger culturas dos idiomas dos países limítrofes (alemão, inglês, italiano, castelhano, holandês).
Mas uma curiosa consequência indirecta de tudo isso é que os autores estrangeiros do núcleo eram quase todos de uma qualidade superior, como é o caso do renomeado Corto Maltese de Hugo Pratt, para citar apenas um nome de exemplo. Ou melhor, dois. Porque este poste é dedicado às histórias de Gregório, uma criança traquina de uma família banal, nascida da imaginação do holandês Jan Kruis, e publicada no Tintin, cujas histórias são trocistas, mas sem vinagre em excesso, e cujo passar do tempo me fez descobrir que há pranchas de BD que lhe acontecem o mesmo que ao vinho do porto: melhoram com a idade…
Apercebo-me agora quanto aquele fenómeno era estritamente europeu, só que naquela modalidade de Europa que o general de Gaulle mais apreciava e que alguns franceses mais distraídos (como parecia ser o caso de Jacques Chirac...) ainda pensam que perdura: a França que dirige a Europa que os outros seguem… Num levantamento não científico, mas creio que representativo, contei que entre os autores de BD de que me lembrava daquela época daquelas publicações cerca de 40 eram belgas e mais outros 20 eram franceses. Fora isso, haveria uma dezena de outras nacionalidades.
Mais curioso e significativo, mais de 90% dos autores belgas que enumerei são francófonos e oriundos de Bruxelas ou da Valónia, quando apenas cerca de 40% da população total da Bélgica o são. Ora, regressando a uma das causas da explicação para o seu desaparecimento, além de outras razões geracionais e económicas, a verdade é que escola franco-belga de BD provavelmente acabou por implodir por não se ter expandido do seu núcleo francófono para abranger culturas dos idiomas dos países limítrofes (alemão, inglês, italiano, castelhano, holandês).
Mas uma curiosa consequência indirecta de tudo isso é que os autores estrangeiros do núcleo eram quase todos de uma qualidade superior, como é o caso do renomeado Corto Maltese de Hugo Pratt, para citar apenas um nome de exemplo. Ou melhor, dois. Porque este poste é dedicado às histórias de Gregório, uma criança traquina de uma família banal, nascida da imaginação do holandês Jan Kruis, e publicada no Tintin, cujas histórias são trocistas, mas sem vinagre em excesso, e cujo passar do tempo me fez descobrir que há pranchas de BD que lhe acontecem o mesmo que ao vinho do porto: melhoram com a idade…
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