02 junho 2007

BEATRIX SCHUBA, A PATINADORA PANZER

O caso de Beatrix Schuba, uma campeã austríaca de patinagem no gelo que atingiu o seu apogeu nos princípios dos 70 (campeã europeia e mundial em 1971 e 72 e olímpica em 1972), foi um dos melhores exemplos de como certas disciplinas desportivas tiveram que sofrer alterações significativas nas suas regras para se adaptarem ao mundo audiovisual através do qual ganharam a popularidade de que essas modalidades hoje gozam.
As regras daquela época obrigavam os patinadores a duas provas distintas, uma primeira chamada de figuras obrigatórias seguida da prova livre, onde eles podiam exibir toda a sua destreza e graciosidade, dançando ao som de música. Este último evento era o que tinha interesse estético e televisivo e quase ninguém estava interessado em ver um punhado de juízes de fita métrica em punho a medir o rigor das circunferências no gelo…

Mas era precisamente nessa primeira metade da prova que Beatrix Schuba se excedia de tal forma (há quem afirme que ela foi a melhor de sempre) que chegava à segunda metade da prova com um avanço que se tornava impossível de anular pelas adversárias. Só que, em função do que a audiência assistia, e embora Beatrix não fosse uma má patinadora, embora não muito graciosa, tornava-se incompreensível a sua vitória final (veja-se esta comparação).

As cerimónias de consagração dos vencedores tornavam-se outro momento mediático e penoso, porque as medalhadas de prata ou bronze a superavam nitidamente nos seus programas de exibição. A patinadora panzer será uma alcunha excessiva e decerto injusta, contudo a contribuição do resultado das figuras obrigatórias para a nota final diminuiu logo no ano seguinte (1973) de 50 para 40% para depois continuar a diminuir progressivamente até desaparecer totalmente em 1991...

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