31 dezembro 2011
QUEM MAS FAZ, PAGA-MAS ou A NOVA REPÚBLICA DE SALÒ
30 dezembro 2011
«IMITATION OF LIFE»
29 dezembro 2011
…OUTRAS POLÍTICAS, QUAIS?
O problema nunca mais se resolveu e o desfecho é-nos conhecido (a propósito, alguém me sabe identificar as flores que enfeitam o cano da arma na fotografia abaixo? É para as justapor, como flores da liberdade de Agosto, aos Cravos de Abril…). Recordando isto e quando ouvimos os comunistas portugueses a clamar por outras políticas, para além da nossa concordância genérica com tal proposta, importa que nos esclareçam mais concretamente a que outras políticas é que se estão a referir…
¹ Nesse decénio, que veio a ser conhecido como a Era da Estagnação, não se dispõem de dados fiáveis sobre os valores reais do crescimento económico da União Soviética (muito provavelmente abaixo dos 2%/ano) porque, numa manifestação de superioridade do socialismo científico, os valores oficiais eram sempre muito superiores à realidade…
28 dezembro 2011
REFLEXÕES COM O DESEMBRULHAR DAS PRENDAS
Como as aventuras em que os brinquedos em miniatura poderiam participar, também o mundo editorial pode ser vastíssimo, quase infinito. Todavia, parece-me haver um desequilíbrio absurdo entre a forma como se divulgam os livros que são obras de ficção e aqueles que o não são. Por exemplo, aceita-se que se escreva um encómio sobre um romance a respeito da Guerra Civil de Espanha (abaixo), mas sem que se sinta a mínima necessidade de adicionar sugestões de leitura sobre a História desse mesmo conflito. Inversamente, é prática comum que, nos casos raros em que a crítica incida sobre uma obra de não ficção, sejam adicionadas sugestões de leitura de obras de ficção daquela época… Parece assim que só a ficção proporcionará o prazer da leitura...
Na realidade, sabe-se que a maioria dos leitores de um romance do género não conhecerão à partida o período histórico com detalhe suficiente para apreciar na sua plenitude o desenrolar da história imaginada pelo autor da obra de ficção. Nos antípodas do que acontecia com a rigidez excessiva dos maiorais do modelismo, aqui no caso dos livros abusa-se vezes demais da permissividade e, para não o insultar na sua ignorância, convida-se o leitor dessas obras mais exigentes a, à portuguesa, acompanhar a história tirando umas pelas outras. Descrito de um outro modo, se os modelistas não nos deixavam, às crianças, fantasiar, os críticos literários parecem não querer que nós, os leitores, façamos outra coisa senão isso…
27 dezembro 2011
«FAILBLOG»
26 dezembro 2011
O MAPA DA CRISE
Houvesse objectividade nos critérios que desencadearam a crise e Malta (com um deficit esperado de 3,5% para este ano) e sobretudo Chipre (onde ele ultrapassará os 6%) já teriam objecto da atenção dos mercados, das agências de rating e das parangonas da informação.
Felizmente para eles, a sua pequenez (Malta tem 420 mil habitantes e Chipre 800 mil) protegê-los-á dos holofotes da atenção mundial, ao contrário do que acontece com a Grécia, a Irlanda, Portugal ou a Itália. E, não tivesse ele cavado aquele descomunal poço financeiro, por esta vez, Alberto João Jardim e a Madeira teriam vantagens objectivas em ser um país independente…
«BLACK HOLE SUN»
25 dezembro 2011
O DÓI-DÓI
O KETCHUP ou AS NATUREZAS QUE JÁ VIRAM MELHORES DIAS
24 dezembro 2011
O COMBATE INFORMATIVO E A INFORMAÇÃO DE COMBATE
23 dezembro 2011
O CARTÃO A MAIS
Para reforçar o insólito da situação e cumprindo escrupulosamente o regulamento, o árbitro resolveu expulsar o guarda-redes que fora atacado. Em resposta (e retaliação), o treinador do Az decidiu retirar a sua equipa de campo, considerando não haver condições de segurança, deixando com isso o árbitro a apitar para o boneco. Pode ser entendido como um aviso à navegação a Passos Coelho: o exercício desmesurado da autoridade pode expô-la ao ridículo...
22 dezembro 2011
AO CIMO DA ESCADARIA
21 dezembro 2011
A ESPECIFICIDADE HÚNGARA
Existe uma história de um suposto diálogo entre um diplomata húngaro e um seu homólogo norte-americano contado por Galeazzo Ciano (abaixo), o perspicaz ministro dos negócios estrangeiros de Itália durante os anos iniciais da Segunda Guerra Mundial, que nos diz muito sobre essas peculiaridades. Estava-se nos finais de Dezembro de 1941 (cumprem-se agora 70 anos) e, no encadeamento de Pearl Harbour, a Alemanha tomara a iniciativa de declarar guerra aos Estados Unidos, arrastando atrás de si as declarações dos seus aliados europeus, onde se contava a Hungria – a 13 de Dezembro de 1941.
Naqueles poucos dias de transição até à ruptura efectiva, um membro do departamento de Estado que fora colocado em Itália e agora iria ser repatriado, ignorante dos detalhes políticos do continente como todos os norte-americanos têm a reputação de ser, tentava perceber numa conversa com o encarregado de negócios húngaro qual fora a lógica diplomática que levara a Hungria àquele gesto:
- A Hungria é uma República?
- Não, é uma monarquia.
- Com um Rei?...
- Não, com um Almirante.
- Que comanda a vossa frota?
- Não temos frota. O nosso país já não tem saída para o Mar.
- Então vocês têm reclamações territoriais.
- Claro!
- Contra a América?
- Não.
- Contra a Inglaterra?
- Não.
- Então contra a Rússia?
- Também não.
- Então contra quem?
- Sobretudo contra a Roménia.
- Então vão declarar guerra também a Roménia!
- Não, que esses são nossos aliados…
OS PODRES DO REINO
20 dezembro 2011
LEITURA ATENTA
UMA PRENDA PESSOAL OU UMA PRENDA SOCIAL?
19 dezembro 2011
A VELA À JANELA E O GENERAL DITATORIALMENTE REVOLUCIONÁRIO
OS CAMPEÕES NACIONAIS DO «BILAS»
Então se, por hipótese, um qualquer refrigerante patrocinasse com alguns tostões esses campeonatos de bairro e se alguns dos campeões locais aparecessem depois nas fotografias das páginas publicitárias de uma revista juvenil qualquer, ninguém duvidará como os fotografados seriam considerados entre a malta nova e por algum tempo os verdadeiros heróis do bairro, além de que seria normal esperar que, com aqueles egos inchados, os melhores de entre eles se quisessem considerar a si próprios como os campeões nacionais do bilas. E não seria natural esperar tudo isso de miúdos daquela idade?…
O que se torna engraçado é que, mudando-se o tempo e os meios, podemos assistir a uma reencenação disso tudo, mas agora com adultos! O jogo de berlinde agora são os blogues exclusivamente políticos e a promoção na revista juvenil faz-se agora num canal de notícias - a TVI24. Mas a presunção está lá toda, quer a de considerar o jogo do berlinde como o único hobby decente, quer a de considerar-se conhecedora da realidade nacional para se arrogarem para si a competência de organizarem a eleição do melhor jogador dextro, do melhor canhoto, do melhor individual ou da melhor equipa…
VOTOS ESTRANGEIRADOS
18 dezembro 2011
O DOMÍNIO DE OUTROS DEUSES
17 dezembro 2011
TOM & JERRY
16 dezembro 2011
GUERRAS ESQUECIDAS (8): A CONFRONTAÇÃO «MALAIO»-INDONÉSIA (1962-1966)
Ao prepararem-se para abandonar os seus antigos domínios no final da década de 1950, os britânicos quiseram preservar para a sua Malásia as fronteiras políticas que haviam sido traçadas na época colonial. Em oposição a isso, Sukarno, o presidente da Indonésia, passava por ser um visionário impulsionando os promotores da ideia de uma grande federação dos povos malaios que se denominaria Maphilindo (Ma – Malásia, Phi – Filipinas, Indo – Indonésia). Convém esclarecer que a contraproposta britânica, embora não tão lírica, era igualmente forçada, ao reunir num mesmo país as várias colónias da península com as outras três colónias britânicas – leia-se a curiosa história de Sarawak – situadas na ilha de Bornéu, onde os malaios nem sequer se encontravam em maioria.
15 dezembro 2011
UM DEDO NUM GATILHO DUMA KALASHNIKOV
A INVASÃO BRASILEIRA
14 dezembro 2011
UMA PEQUENA VIAGEM AO PASSADO TELEVISIVO A PRETO E BRANCO
Esta Selecção TV de 2ª Feira, 26 de Maio de 1969 não é tão típica quando desejaria. A emissão começa 1H30 mais cedo do que o normal para cobrir a amaragem da missão Apollo 10, mais um episódio da corrida espacial para a conquista da Lua. Descontando isso, a emissão iniciar-se-ia às 19H00 e duraria cerca de cinco horas. Desde há seis meses, um 2º Programa apresentava uma programação (não muito) alternativa, com um período de emissão diária equivalente à que fora a do 1º canal dez anos antes. Mas o que torna a programação deste dia ainda mais diferente do comum é a estreia do programa Zip-Zip depois do Telejornal, com cerca de 1H45 de duração. O programa perpetuar-se-á como um símbolo da abertura que seria possível durante a Primavera Marcelista no que concerne à programação televisiva.
Dez anos depois, mas com o 25 de Abril de permeio, podemos apreciar a programação de 2ª Feira, 12 de Março de 1979. A duração das emissões comerciais dos dois canais pouco aumentaram do anterior, antecipadas em meia e uma hora, respectivamente (acima e abaixo). As emissões funcionais é que se expandiram enormemente: a tarde está coberta pelas aulas do Ciclo Preparatório (que já vinham do princípio da década de 70) e a manhã pelas aulas do Ano Propedêutico, uma criação recente entre o fim do Secundário e o Ensino Superior, que irá dar origem ao 12º Ano. Na programação, a época coincidirá com o apogeu da invasão dos programas brasileiros: a seguir à telenovela (O Astro), que se tornou obrigatória depois do sucesso de Gabriela (1977), o serão é dominado pelo Planeta dos Homens.
13 dezembro 2011
AS «REGRAS» DO VISCONDE DE BALSEMÃO
Ou então, podemos apreciar um outro episódio demonstrativo desta mesma fluidez das regras do Visconde por parte da equipa da casa, mas agora na RTP Notícias. Acima, podemos seguir uma discussão acesa entre Rui Moreira e António Pedro Vasconcelos a propósito da pertinência da referência às escutas telefónicas a Pinto da Costa. Ela culmina com o abandono do estúdio por parte do primeiro comentador enquanto o segundo estava a falar. Não é preciso ser-se formado em realização para nos apercebermos para onde é que o realizador devia orientar as câmaras: para a notícia, que era a saída inesperada de Rui Moreira. Mas não é isso que se vê no vídeo: a câmara permanece teimosamente focada no orador que até titubeia... Se, como se sugere acima, Santana Lopes tivesse saído durante o directo aconteceria aquilo que em linguagem desportiva é conhecido por benefício ao infractor. É conhecido como os órgãos de informação adoram cobrir todas as notícias com excepção daquelas em que eles próprios são o fulcro da notícia – e esta não é uma das tais regras do Visconde de Balsemão…
12 dezembro 2011
PEQUENA NOTA ARQUEOLÓGICA SOBRE O PAÍS DA FOICE E DO MARTELO (E DA ESTRELINHA)
Mesmo assim, creio que isso não obstará a que se mostre mais empenho e militância no acompanhamento da actividade dos comunistas naquela que foi a pátria de Lenine… Num traço nostálgico, deixo aqui um cartaz evocativo dos bons velhos tempos. Para os mais esquecidos, a figura de Lenine está representada por aquele busto careca, de barba e bigode, posicionada a cerca de ⅓ do lado esquerdo do cartaz. Em rodapé pode ler-se qualquer coisa como: Glória ao Povo Soviético Construtor do Comunismo! Entretanto o comunismo foi destruído mas acho que fica sempre bem acarinharem-se as origens…
AQUELE QUE VIVE PELA ESPADA, MORRERÁ PELA ESPADA
11 dezembro 2011
A TRIBO PERDIDA
E, com todas estas injustiças e o povo a protestar nas ruas (como todo o revolucionário gosta), o que o Avante tem a dizer são apenas uns comentários muito tépidos sobre a situação naquele país que, não nos esqueçamos, já foi o farol do Comunismo mundial? Comentários, que são tanto mais chochos, quando os comparamos com outros artigos daquela mesma secção internacional do jornal a que foi dada uma redacção muito mais empenhada e militante, como será o caso da oposição às novas agressões do imperialismo na Síria e no Irão…
Depois do triste episódio da referência ao Protocolo dos Sábios do Sião, continua a parecer que o Avante e o PCP andam cada vez mais desorientados, tendo perdido quase totalmente as referências do que deveriam ser as suas solidariedades ideológicas, como se se tivessem tornado (passe a ironia do carácter judaico desta analogia…) numa espécie de tribo perdida do marxismo-leninismo que, isolada e desprovida de sacerdotes, anda a perder progressivamente a sua ortodoxia religiosa…
...DIRECTAMENTE DO SRI LANKA, EM CIMA DO ACONTECIMENTO EM BRUXELAS!
Que não restem dúvidas que, apesar do grupo parlamentar socialista no parlamento europeu dispor de mais meia dúzia de eurodeputados, incluindo mais duas mulheres, Edite Estrela e Elisa Ferreira, a eurodeputada socialista mais abalizada para nos dar a sua opinião sobre o que acabara de acontecer em Bruxelas seria a que estava do outro lado do Mundo… Desconfio que, mesmo da Nova Zelândia, nos antípodas da Europa, Ana Gomes terá opiniões ardentemente vincadas sobre um atropelamento recente numa rua de Lisboa. No encadeamento, vim a lembrar-me a propósito, de um trocadilho básico a uma publicidade da minha infância às lâminas de barbear (abaixo). Como as descreviam então, este será um tipo de informação que será tão arguto quanto descreviam aquelas lâminas, tão cortantes na primeira passagem como depois a escanhoar, só que em vez de serem stainless são brainless¹.
¹ Só em inglês as palavras são foneticamente semelhantes referindo-se ao contraste entre o aço que não mancha e a informação acéfala.
10 dezembro 2011
UM OUTRO «BLOCO CONTINENTAL»?
Iremos até o fim: lutaremos em França, lutaremos nos mares e oceanos, lutaremos no ar com crescente confiança e poder; iremos defender a nossa Ilha custe o que custar; lutaremos nas praias, lutaremos nos locais de desembarque, lutaremos nos campos e nas ruas, lutaremos nas colinas; jamais nos renderemos, e mesmo – o que eu não creio nem mesmo por um momento que seja – se a nossa Ilha ou uma grande parte dela vier a ser subjugada e submetida, o nosso Império do Ultramar, armado e guardado pela Frota Britânica, continuará a lutar até que, quando Deus quiser, o Novo Mundo, com toda a sua força e poderio, se ponha em marcha para socorrer e libertar o Velho.