Cada vez que faço uma leitura ocasional aos blogues cujos temas tratados costumam evoluir à mercê daquilo que vem sendo publicado na informação – uma outra forma mais maliciosa de os descrever será referir-me aos blogues que assentaram praça… – lembro-me de como a lógica daquilo que chega aos cabeçalhos da informação não é – nem é para ser… – a mesma lógica daquilo que será o mais importante que saibamos. Para usar exemplos ainda na agenda mediática, ficou-se a saber que o recente anúncio da morte de Kim Jong-Il afinal fora adiado por dois dias ou, que eu saiba e até agora, ainda não houve nenhum jornalista que conseguisse furar o bloqueio que ainda encobre as manobras de bastidores, explicando com conhecimento de causa como se promoveu a substituição (rápida e discreta) em Itália de um primeiro-ministro político (Berlusconi) por um tecnocrata (Monti) que nem sequer é parlamentar…
Porém, poucos exemplos se compararão em embaraço e vergonha para a classe jornalística (de um país onde ela se têm a si própria como muito dinâmica), ao caso da Ofensiva do Somme que teve lugar durante a Primeira Guerra Mundial, quando ela se iniciou a 1 de Julho de 1916, há mais de 95 anos atrás. Tratou-se do dia mais sangrento de toda a História do Exército britânico, que sofreu ali mais de 57.000 baixas entre as quais mais de 19.000 mortos. Os resultados tácticos nem de longe nem de perto podem justificar a carnificina. Porém, se lermos uma edição dos dias seguintes (3 de Julho) de um típico jornal britânico (acima, The Daily Mirror) podemos ler (em destaque) que o primeiro dia (da ofensiva) fora muito satisfatório e que as baixas dos Aliados haviam sido ligeiras… Dá que pensar que seja com matéria-prima dessa (ou semelhante) que muitas vezes se travam os combates – esses verbais – de blogues!
Caro A Teixeira,
ResponderEliminarNão vou comentar o seu post que é, uma vez mais, original -- não sei onde vai você desencantar estas coisas!
Quero somente desejar-lhe boas festas e agradecer a sua companhia diária.
Abraço,
Rui Esteves
OS meus agradecimentos e votos de Boas-Festas também para si Rui Esteves!
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