Começo por deixar claro que não tenho qualquer simpatia tanto pela posição política como pela atitude assumida pelos autarcas das freguesias que se manifestaram contra Miguel Relvas durante a cerimónia de encerramento do seu XIII Congresso que teve lugar em Portimão. Tratar-se-á de um sector muito minoritário que representa o que de mais há de conservador e reaccionário na sociedade portuguesa moderna. O incidente foi explorado também politicamente pelo governo através da (mais do que) previsível vitimização de Miguel Relvas: no momento, a jornalista da RTP ali destacada dirigiu-se para alguns dos autores das vaias perguntando-lhes se aquela manifestação fora organizada de antemão, fazendo, por acaso, uma pergunta em consonância com aquilo que Miguel Relvas comentará para a informação depois de proferir o seu discurso…
Mas, para além dessa cenografia a que a informação se presta sempre, a cobertura que foi dada ao incidente não terá excedido a superficialidade do costume: houve a tendência de confundir a questão específica da fusão de freguesias com a questão mais ampla da reforma administrativa. Nada de mais errado: o grande desafio político da reforma será (se o governo e Miguel Relvas tiverem coragem para a fazer avançar…) a que se terá de proceder a nível municipal. A diferença que o governo terá entre a oposição a defrontar entre a que virá das freguesias e a que virá dos concelhos poderá ser antecipada comparando o vídeo acima com o de baixo: acima, temos um mediático presidente de uma junta de freguesia, a de Rans, a discursar num Congresso do PS; abaixo é um outro mediático presidente, mas de Câmara, a de Caldas da Rainha, a discursar num Congresso do PSD...
Mas, para além dessa cenografia a que a informação se presta sempre, a cobertura que foi dada ao incidente não terá excedido a superficialidade do costume: houve a tendência de confundir a questão específica da fusão de freguesias com a questão mais ampla da reforma administrativa. Nada de mais errado: o grande desafio político da reforma será (se o governo e Miguel Relvas tiverem coragem para a fazer avançar…) a que se terá de proceder a nível municipal. A diferença que o governo terá entre a oposição a defrontar entre a que virá das freguesias e a que virá dos concelhos poderá ser antecipada comparando o vídeo acima com o de baixo: acima, temos um mediático presidente de uma junta de freguesia, a de Rans, a discursar num Congresso do PS; abaixo é um outro mediático presidente, mas de Câmara, a de Caldas da Rainha, a discursar num Congresso do PSD...
Creio que a distância que vai do Tino para Fernando Costa justifica o meu cepticismo no empenho de Miguel Relvas em avançar muito mais com a tal reforma administrativa, a não ser a contragosto – veja-se, na ressaca dos acontecimentos, a notícia amenizadora do secretário de Estado Paulo Júlio, assegurando que o montante das transferências de dinheiro para as freguesias não diminuirá no global, apesar das extinções. Mas, já que o assunto é fazer de conta, uma nota sobre os comentários de ontem de Marcelo Rebelo de Sousa na TVI com a sua solução para o problema: deixar que os órgãos autárquicos se fundam livremente por iniciativa própria! A rapidez como Marcelo pensa faz-me lembrar o bip-bip que desafia a gravidade atravessando desfiladeiros; a nós só nos compete, como o coiote e com essa aborrecida necessidade de manter os pés no chão, segui-lo…
Já que estamos em maré deles, pode dizer-se que o Presidente do Município das Caldas é um genuíno artista português! Do congresso a que se reprota a peça comentada, aqui fica mais uma cena de antologia aos 2:20 - http://www.youtube.com/watch?v=I0FxiLN3ZJk
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