Dois grandes autores brasileiros, Chico Buarque e Ivan Lins, criaram e interpretaram, na década de 70, um par de belíssimas canções de despedida. É curioso é que, apesar de serem cantadas por homens, por alguns pormenores no conteúdo das letras (Mas devo dizer que não vou lhe dar o enorme prazer de me ver chorar – Arrumei a sala, já fiz tua mala, pus no corredor) sempre as considerei mais concebidas para serem interpretadas na perspectiva feminina:
TROCANDO EM MIÚDOS
Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu.
Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo o que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis.
As nossas melhores lembranças…
Aquela esperança de tudo se ajeitar
Pode esquecer.
Aquela aliança, você pode empenhar
Ou derreter.
Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago.
Meu peito tão dilacerado…
Aliás…
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel.
Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu…
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade.
E a leve impressão de que já vou tarde…
Lamento não ter encontrado no You Tube uma versão de Bilhete mais conforme a original. Nesta, Ivan Lins faz um dueto com a cantora Zizi Possi.
BILHETE
Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor.
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor.
Eu limpei minha vida,
te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas.
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou,
está morto.
Jogue a cópia da chave
por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus
Boa sorte, adeus…
Quebrei o teu prato, tranquei o meu quarto
Bebi teu licor.
Arrumei a sala, já fiz tua mala
Pus no corredor.
Eu limpei minha vida,
te tirei do meu corpo
Te tirei das entranhas.
Fiz um tipo de aborto
E por fim nosso caso acabou,
está morto.
Jogue a cópia da chave
por debaixo da porta
Que é pra não ter motivo
De pensar numa volta
Fique junto dos teus
Boa sorte, adeus
Boa sorte, adeus…
Muito Bons!
ResponderEliminarFicarão sempre, o "Pedaço de mim" e o "Começar de novo".
Que boas lembranças... Oh pra mim nostálgica!
ResponderEliminar:))
Voltei... Espero que estas suas lembranças não tenham sido por motivos que o entristeçam! Ora bem! Que o que eu aprendo aqui, fazem-me desejar-lhe o melhor!
ResponderEliminar:))
Obrigado pela preocupação, Maria do Sol, mas a verdade mais simples é que considero as duas canções belíssimas, sem necessidade de estar numa disposição empática com o conteúdo das letras.
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