03 outubro 2008

4 ASES E UMA INCÓGNITA

Este acaba por ser um poste dedicado à diversidade europeia, embora ela apareça protagonizada de uma forma tão improvável quanto a de quatro fotografias de época de grandes ases da aviação da Primeira Guerra Mundial, posando, como era tradicional naquela altura, acompanhados do respectivo avião.
Apesar da combinação figurante e adereço serem rigorosamente as mesmas nos quatro casos (o ás junto à sua máquina), a atitude assumida por cada fotografado quase corresponde a um denso capítulo explicativo a respeito da sua nacionalidade e cultura e da imagem que o seu país gostaria de dar da sua participação naquele conflito.
Assim, e de cima para baixo, apreciamos a descontracção casual do francês Georges Guynemer (1894-1917), seguida da fleuma sonhadora do britânico Albert Ball (1896-1917), da eficiência compenetrada (é o único a fotografar-se equipado!) do alemão Erich Loewenhardt (1897-1918) e da rigidez marcial (aquele pingalim…) do italiano Francesco Baracca (1888-1918)*.
No seu conjunto, os feitos dos quatro ases totalizaram 185 vitórias, ou seja aviões inimigos abatidos**. Por outro lado, pelas datas da morte, percebe-se que nenhum dos quatro conseguiu sobreviver ao conflito e que, com excepção de Baracca, que morreu já com 30 anos, todos eles morreram novíssimos: Guynemer com 22 anos, Ball e Loewenhardt apenas com 20.
Mais de 90 anos depois das fotografias terem sido tiradas, apetece-me especular, baseado nas poses destes protagonistas, sobre o que poderá sair amanhã da Cimeira sobre a Crise Financeira, que foi convocada pela presidência francesa da União Europeia para Paris, e que reúne precisamente os quatro países mencionados…

* Por curiosidade, refira-se que o cavalo empinado que se vê pintado no avião de Baracca foi a inspiração para o símbolo da Ferrari.
** Guynemer com 53 vitórias, Ball com 44, Loewenhardt com 54 e Baracca com 34.

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