
Embora pertencente aos Estados Unidos, não fora a famosa expansão, a colonização interna e o mito da fronteira que assim tornara o extenso arquipélago norte-americano. Não havia nada de épico na transacção que em 1867 os norte-americanos haviam acertado com os russos, comprando-lhes o Alaska e, com ele, as ilhas Aleutas por 7,2 milhões de dólares. Não deixava por isso de ser um território verdadeiramente norte-americano (ao contrário de outras possessões coloniais) e foi contando com isso que os japoneses fizeram os seus planos de guerra.

Ao contrário de Midway, em Kiska e Attu (6 e 7 de Junho) a vitória foi japonesa – e nem chegou a haver uma verdadeira resistência norte-americana. Os problemas começaram foi depois e primeiro para os japoneses. É que todos os reabastecimentos das guarnições tinham que ser importados e transportados à mão (e Attu tem 893 km²…) em condições meteorológicas horríveis: um pesadelo logístico. Os norte-americanos estabeleceram um verdadeiro bloqueio naval aos comboios de reabastecimentos japoneses, que precisavam de escoltas poderosas.

De qualquer modo, passado pouco mais de um mês, em 11 de Maio, os norte-americanos desembarcaram em Attu. Dada a extensão da ilha, os japoneses haviam decidido não se opor aos desembarques mas entrincheirarem-se nas montanhas donde lançaram um contra ataque suicida final em 29 de Maio, num local que ficou conhecido como a Baía do Massacre… Os norte-americanos só fizeram 28 prisioneiros, mas, de entre as quase 4.000 baixas sofridas, menos de metade haviam sido causadas directamente pelos japoneses. O frio, acidentes e doenças haviam feito o resto…

Ainda hoje se especula sobre quais seriam as intenções japonesas ao conquistar aquelas duas ilhas. Há quem afirme que era um ataque para dispersar a atenção dos norte-americanos da ofensiva sobre Midway; há quem defenda que se destinava a criar um ponto de defesa avançado contra quaisquer ataques contra o Japão vindos por aquele flanco norte**. O que não levanta dúvidas é o potencial de combate e os efectivos que cada antagonista empenhou: no final da Campanha do lado dos Aliados haviam sido 144.000, do lado do Japão 8.500…

** Pessoalmente prefiro a primeira explicação. A segunda, tendo em consideração os enormes problemas logísticos com que os dois lados se defrontaram, parece uma daquelas explicações de estratega que esquece as realidades por detrás dos mapas e que acha que eles são iguais a tabuleiros de xadrez…
Lido com muito interesse.
ResponderEliminarAgradeço a sugestão de leitura dos posts de Jan. e Fev. 2007. Neste último encontrei no 3º paragrafo a confirmação da "timida" ideia que já tinha sobre a (não) postura de ambas as potências.
Bfs
Esta campanha foi, quanto a mim, das mais curiosas.
ResponderEliminarContinuo interessadíssima nestes episódios que me têm ajudado imenso a "resituar-me" no que diz respeito à segunda guerra mundial.
Continua.