Se bem compreendi a história propriamente dita, ela gira à volta de um etíope de 29 anos chamado Binyam Mohame que foi aprisionado em local que não foi mencionado, por razões que se sugerem mas que não se especificam, que ficou depois detido em Marrocos, onde veio a ser torturado, tendo sido posteriormente transferido para Guantánamo, território cubano sob administração norte-americana, tendo esse transporte passado por espaço sob jurisdição portuguesa.
A notícia, veiculada pelo semanário Sol, é outra coisa. Gira à volta de uma carta enviada pelo advogado do detido, um britânico chamado Clive Stafford Smith, ao primeiro-ministro português, José Sócrates Pinto de Sousa, pedindo-lhe documentos que revelem o total ou parcial conhecimento das autoridades portuguesas sobre a passagem de Binyam Mohame. Quando questionado pelos jornalistas, Sócrates respondeu que não terá recebido a carta, só lhe responderá quando isso acontecer.
As perguntas que os nossos jornalistas portugueses ainda não fizeram foram as que se deviam colocar ao advogado Clive Stafford Smith: onde é que Mohame foi preso, de que é que ele foi acusado (se o tiver sido…) e se o advogado já terá escrito outras cartas idênticas em nome de Binyam Mohame, só que ainda mais acusatórias, nomeadamente pedindo satisfações ao Rei de Marrocos, Mohammed VI, pelas torturas sofridas, e a George W. Bush, pela sua actual detenção…
É que estas omissões dão a impressão nítida que a imprensa portuguesa não parece andar à procura do drama do prisioneiro, mas à caça do embaraço do primeiro-ministro… Primeiro-ministro que, não me merecendo a minha simpatia imediata, merece-ma mais do que um advogado britânico que tem toda a pinta de estar armado em chico-esperto… Suspeito que aquela carta seja apenas mais uma do género entre o enorme volume de correspondência dirigida a José Sócrates…
A notícia, veiculada pelo semanário Sol, é outra coisa. Gira à volta de uma carta enviada pelo advogado do detido, um britânico chamado Clive Stafford Smith, ao primeiro-ministro português, José Sócrates Pinto de Sousa, pedindo-lhe documentos que revelem o total ou parcial conhecimento das autoridades portuguesas sobre a passagem de Binyam Mohame. Quando questionado pelos jornalistas, Sócrates respondeu que não terá recebido a carta, só lhe responderá quando isso acontecer.
As perguntas que os nossos jornalistas portugueses ainda não fizeram foram as que se deviam colocar ao advogado Clive Stafford Smith: onde é que Mohame foi preso, de que é que ele foi acusado (se o tiver sido…) e se o advogado já terá escrito outras cartas idênticas em nome de Binyam Mohame, só que ainda mais acusatórias, nomeadamente pedindo satisfações ao Rei de Marrocos, Mohammed VI, pelas torturas sofridas, e a George W. Bush, pela sua actual detenção…
É que estas omissões dão a impressão nítida que a imprensa portuguesa não parece andar à procura do drama do prisioneiro, mas à caça do embaraço do primeiro-ministro… Primeiro-ministro que, não me merecendo a minha simpatia imediata, merece-ma mais do que um advogado britânico que tem toda a pinta de estar armado em chico-esperto… Suspeito que aquela carta seja apenas mais uma do género entre o enorme volume de correspondência dirigida a José Sócrates…
And what else is new? Não é esse o tipo de comunicação que temos? Se calhar é também o que merecemos...
ResponderEliminarbeijos.
Concordo sem hesitações com a conclusão.
ResponderEliminarTrata-se de jornalismo baço, próprio de quem anda atrás do Sol posto.
Garanto que tal carta nunca me chegou às mãos.
ResponderEliminarSe alguém a sonegou, ocultou, desviou, destruiu, não fui eu. Juro.
Querem ver que o culpado sou eu?