Devo começar por confessar que nunca fui leitor do Avante. Sou-o mais agora porque ele passou a estar disponível on-line. E tornou-se um gosto porque há formas de cobrir certos assuntos que só ali se conseguem ler. Como é o caso, num exemplo assinalado pelo blogue Câmara Corporativa, da curiosidade do regozijo manifestado pelo jornal pela vitória do Partido Comunista do Nepal (Maoista) nas recentes eleições constituintes ali realizadas.
Mas estas fraternidades recentes entre Partidos Comunistas irmãos acabam por levantar outros problemas para além das divergências quanto à interpretação do marxismo-leninismo ou do desconforto quanto à valia doutrinal do maoismo: um deles é a ignorância completa de quem escreve no Avante em (por assim dizer...) nepalismo, i.e., sobre as realidades e os protagonistas da vida política nepalesa….
Escreve-se no Avante: «Este é um voto para a República Federal Democrática», considerou Pachandra Path, presidente do Comité Central do PCN (m) citado pela Agência France Préss.
Que a agência de notícias francesa AFP, que apenas difunde as notícias que interessam ao grande capital, desconheça que o líder do PCN (m) tenha o nome de guerra de Prachanda (e não Pachandra, como ali se escreve) aceita-se: são os defeitos inerentes do sistema capitalista… Que a mesma agência tenha confundido a pessoa (Pushpa Kamal Dahal, de seu nome verdadeiro) com a linha ideológica do partido (Prachanda Path, em tradução directa mas mal copiada do inglês…), será culpa desse agente da desinformação capitalista mundial que dá pelo nome de Wikipedia conjugada com um jornalista pressionado por causa do sistema de exploração do homem pelo homem…
Agora, o que já não se percebe é como o órgão central de um Partido Comunista irmão, com tantos laços ideológicos a uni-los, acabe por publicar uma sucessão de erros como aqueles… Num jornal que contém no seu cabeçalho um orgulhoso Proletários de todos os países, UNI-VOS!… nem se percebe. Como país, os proletários do Nepal não contam?...
Mas estas fraternidades recentes entre Partidos Comunistas irmãos acabam por levantar outros problemas para além das divergências quanto à interpretação do marxismo-leninismo ou do desconforto quanto à valia doutrinal do maoismo: um deles é a ignorância completa de quem escreve no Avante em (por assim dizer...) nepalismo, i.e., sobre as realidades e os protagonistas da vida política nepalesa….
Escreve-se no Avante: «Este é um voto para a República Federal Democrática», considerou Pachandra Path, presidente do Comité Central do PCN (m) citado pela Agência France Préss.
Que a agência de notícias francesa AFP, que apenas difunde as notícias que interessam ao grande capital, desconheça que o líder do PCN (m) tenha o nome de guerra de Prachanda (e não Pachandra, como ali se escreve) aceita-se: são os defeitos inerentes do sistema capitalista… Que a mesma agência tenha confundido a pessoa (Pushpa Kamal Dahal, de seu nome verdadeiro) com a linha ideológica do partido (Prachanda Path, em tradução directa mas mal copiada do inglês…), será culpa desse agente da desinformação capitalista mundial que dá pelo nome de Wikipedia conjugada com um jornalista pressionado por causa do sistema de exploração do homem pelo homem…
Agora, o que já não se percebe é como o órgão central de um Partido Comunista irmão, com tantos laços ideológicos a uni-los, acabe por publicar uma sucessão de erros como aqueles… Num jornal que contém no seu cabeçalho um orgulhoso Proletários de todos os países, UNI-VOS!… nem se percebe. Como país, os proletários do Nepal não contam?...
Ou estamos perante um daqueles casos de adepto de clube que a torcer, é um grande torcedor, agora não sabe lá muito bem qual é a composição da equipa?...
Igualmente grotescos foram os elogios ao MPLa e à sua vontade de "combater a corrupção", feitos por Jerónimo de Sousa. O mundo onde acreditam que vivem não só ficou para trás como está destorcido até À exaustão.
ResponderEliminarJoão Pedro, creio que há uma certa diferença entre discordâncias de opinião e esta notícia do Nepal:
ResponderEliminarEu não leio o Avante para concordar com todas as opiniões lá publicadas. Aliás, concordo com poucas... Mas qualquer jornal, seja a ideologia que defender, tem o dever de ser factualmente rigoroso e não publicar os disparates sobre o Nepal que apontei.