
Entre os inúmeros episódios da Segunda Guerra Mundial conta-se o da ocupação dos três países bálticos pela União Soviética, no seguimento da assinatura do
Pacto Molotov-Ribbentrop, de 24 de Agosto de 1939, ou seja imediatamente antes do seu início (que aconteceu a 3 de Setembro). A História amalgamou depois os acontecimentos no Báltico, mas em primeiro lugar, os soviéticos
persuadiram os três países a assinar
Tratados de Assistência Mútua que foram firmados a 28 de Setembro pela Estónia, uma semana depois (5 de Outubro) pela Letónia e na semana seguinte (11 de Outubro) pela Lituânia...

Diga-se, entrementes, que este episódio não tem nada daquelas histórias morais que têm
os bons e
os maus. Pelo termos do Pacto, a União Soviética só assim procedeu porque os alemães haviam deixado os bálticos entregues à sua sorte e apenas haviam acautelado o destino da minoria germânica que neles habitava, que veio a ser evacuada para a Alemanha. Os regimes vigentes em qualquer dos três países eram de cariz autoritário e conservador, e haviam saído de golpes de estado na década de 30 que haviam derrubado as democracias parlamentares que haviam ali vigorado anteriormente.

Em Junho de 1940, aproveitando a circunstância de a atenção do Mundo estar virada para o outro lado da Europa com os episódios finais da vitória da Alemanha contra a França – como a ocupação de Paris, a
rendição francesa – a União Soviética ocupou decisivamente os três países, onde já estavam aquarteladas várias unidades do Exército Vermelho, que ali tinham entrado ao abrigo dos Tratados assinados 8 meses antes. Em finais de Julho de 1940, os
novos governos dos três
novos países socialistas (
Estónia,
Letónia e
Lituânia),
pediram a sua adesão à União Soviética… Quem é que
não gostaria de aderir à União Soviética?...

A História continuou o seu curso, e estes episódios são quase todos notas de rodapé, embora contenham elementos de pequena história que valem sempre a pena. A chegada das unidades do Exército Vermelho a cidades ocidentais onde vigorava uma sofisticação
* há muito esquecida na
pátria dos trabalhadores causou um certo
choque cultural. Então não é que as damas dos oficiais russos estacionados em Riga (na Letónia na fotografia inicial), hospedadas em moradias burguesas propositadamente
requisitadas** para tão altas patentes, foram a uma gala da Ópera envergando
camisas de noite pensando tratar-se de vestidos compridos?...
* Os indicadores de nível de vida na Estónia, por exemplo, eram superiores aos da vizinha Finlândia.
** E os seus moradores obviamente despejados...
Foram muitas e variadas as esposas dos senhores ocupantes, sucessivamente: Dinamarquesas, Suecas, Polacas, Russas, Alemãs e Soviéticas.
ResponderEliminarMas assistir a uma récita em combinação em vez de vestido, creio que somente as últimas.
Seria curioso saber como é que as senhoras de Kaliningrado se vestem quando vão à Ópera.
As esposas dos "desocupados" vestem, agora, Yves Saint-Laurent, Chanel, etc. e bebem "champagne" para fazer descer o caviar...
ResponderEliminarO "muro" caiu mas a derrocada não atingiu essas senhoras!
JRD:
ResponderEliminarJá aqui escrevi um poste sobre o problema futuro de Kaliningrado:
http://herdeirodeaecio.blogspot.com/2006/08/prssia-sovitica-depois-de-se-ter.html
E por falar em esposas, Impaciente, sabiam os dois que a de Vladimir Putin - Lyudmila Putina
- é precisamente de Kaliningrado?