1 de Fevereiro de 1950. A primeira e última páginas da edição do dia do Diário de Lisboa davam a verdadeira panorâmica do que era um jornal de um jornal do apogeu da Guerra Fria. Em destaque na primeira página a ordem que o presidente Truman dos Estados Unidos dera, no dia anterior, para que se prosseguissem as investigações para a montagem de uma bomba de hidrogénio. A corrida ao armamento nuclear é (mais) um daqueles assuntos em que, nas redes sociais, sempre encontrei muito mais opiniões (vincadas) do que informações (fundamentadas). Na mesma página e também em Washington, o secretário da Força Aérea punha os Estados Unidos de sobreaviso contra o perigo duma agressão soviética. O desenvolvimento destes dois assuntos era prosseguido na última página, local onde outros episódios das tensões entre o Ocidente e o Leste eram relatados: em Londres, o Foreign Office (negócios estrangeiros), e em resposta a uma solicitação pacifista dos quakers, produzira e publicitara uma nota recusando-a, por inútil, deplorando o comportamento do governo soviético nos últimos anos; enquanto que em Paris, o governo francês enviara uma nota de protesto aos soviéticos pelo reconhecimento que este prestara ao governo vietnamita de Ho Chi Minh, convocando dramaticamente o embaixador soviético acreditado na capital francesa. Viviam-se tempos conturbados, onde se nota que a linguagem diplomática era bem pouco diplomática.
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