26 de Fevereiro de 1995. Declaração da falência do Barings Bank. Este estabelecimento bancário, sediado em Londres, não sendo um dos maiores, era, contudo, uma das mais antigas e das mais respeitáveis instituições financeiras da city londrina. Fora fundada em 1762. E subitamente registava perdas de £ 827 milhões (ou seja, € 1.630 milhões a valores actualizados de 2020, divisa que iremos usar daqui para diante). Melhor: a causa para tal colapso podia atribuir-se a uma e uma só pessoa, o jovem de aspecto jovial da fotografia mais abaixo, que, aos 28 anos, trabalhava desde há 3 na sucursal do Barings em Singapura, de onde o deitara abaixo. Chamava-se Nick Leeson. Especulando com futuros Leeson fora o autor de algumas operações arriscadas que provavelmente o haviam tornado numa das estrelas da instituição - no ano anterior o Barings reportara lucros brutos equivalentes a quase € 400 milhões e Nick Leeson recebera um bónus de € 250.000 em cima do seu ordenado anual bruto de € 100.000. E depois tudo começara a correr mal. Nick Leeson antecipou o que aconteceria e desapareceu, deixando uma nota escrita a dizer que lamentava. E há vinte e cinco anos o Barings ia ao fundo. Com ele, 1.200 trabalhadores. A Leeson apanharam-no no aeroporto de Frankfurt uma semana depois. Foi extraditado para Singapura, onde foi julgado e condenado a seis anos e meio de prisão. Não chegou a cumprir a pena por inteiro porque em 1999 lhe foi diagnosticado um cancro no cólon que foi operado e que serviu de pretexto à sua libertação. Continua por aí, vive na Irlanda, é famoso, dá conferências. Escreveram-se alguns relatórios mas nunca vieram a público os nomes daqueles que deviam ter tomado conta do que Leeson andava a fazer e não o fizeram. Já aqui havia falado de Nick Leeson e de outros como ele. De então para cá, inventou-se uma nova palavra para se justificar o quanto se está atento a coarctar episódios como este: governança. Mas, no concreto e neste mundo onde se aposta com (muito) dinheiro, creio que poucos serão os que se disporão a investir algum no cenário de que, nos próximos dez anos, não aparecerá um outro caso semelhante ao do Barings, algures numa das praças financeiras deste Mundo...
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