Depois de terem compreendido que se haviam tornado ridículos pelos excessos noticiosos, os órgãos de comunicação social fizeram uma inflexão no formato como noticiam o aparecimento de mais casos suspeitos de coronavírus. Deixaram de trabalhar a retalho para passarem a ser grossistas, tratando o assunto da despistagem dos suspeitos por infecção por atacado. Como se depreende pelo título da notícia acima passou a haver sempre uma dúzia, dúzia e meia «à espera de análises», mesmo que com isso se perca a emoção da espera e o frenesim do desfecho: foi desta que apareceu o primeiro caso em Portugal! Não, não foi... Esse caso irá aparecer mas, por esta vez, tem a sua piada que a comunicação social tenha sido vítima de si mesma e dos próprios ritmos noticiosos que ela impõe para captar a atenção do público. A mesma notícia quando repetida no mesmo formato por mais de três dias ou sai de agenda ou torna-se objecto de chacota. Ou então tem que ser reformulada num design menos dramático, como aconteceu neste caso.
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