03 fevereiro 2020

«MADE IN AMERICA» MAS PARA PORTUGUÊS CONSUMIR

Não estarei a arriscar muito se predisser que 99% dos efectivos e potenciais leitores do Observador não sabem as regras do futebol americano. E que essa ignorância e desconhecimento não se deverão à particular complexidade das mesmas (regras). No entanto, a publicação bombardeia-os, aos leitores (existentes e potenciais), com o painel de notícias que acima se pode apreciar a pretexto da realização da final do campeonato norte-americano da modalidade que ontem teve lugar a horas impróprias para que a maioria dos europeus a seguisse em directo (o jogo começou às 23H30 de Lisboa). Contudo, e porque o processo parece ter vingado para outros casos, insiste-se em forçar a adoptação de padrões de consumo da sociedade norte-americana como se eles existissem, idênticos, na Europa. Anda há dois meses aprendi mais um: o Black Friday... Este mês de Fevereiro, então, é prodigioso em acontecimentos do faz-de-conta que são iguaizinhos na Europa e na América do Norte: depois do Super Bowl (com maiúsculas), na próxima semana hão-de vir os Óscares, essa cerimónia que vai deixar, mais uma vez, o continente europeu insone (já que a terá que acompanhar em directo a partir das 3 da madrugada), a que se seguirá, na semana seguinte, essa data incontornável no calendário dos santos da igreja católica (e do amor) que é o Dia de São Valentim... Antecipo que, a todas elas, o Observador e o resto da jornalada irá dar a atenção que todas elas merecem, presos na armadilha: ou fazem barulho a propósito destas irrelevâncias, ou então não fazem barulho algum e aí têm medo de serem esquecidos. Bute aí promover as nossas marchas populares nos Estados Unidos?

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