07 março 2010

A PALAVRA QUE ANDA NA BOCA DE TODA A GENTE

Ainda a palavra anda na boca de toda a gente (como a velha pasta medicinal Couto) e já se acumulam os indícios que a globalização não terá sido assim tão definitiva e tão inexorável quanto as correntes de pensamento económico ultra-liberais andavam a prenunciar até à chegada da crise actual. A implementação de um plano para disciplinar as finanças gregas não está a ter a linearidade que os alemães sempre esperam nestas ocasiões e os islandeses rejeitaram liminarmente em referendo um acordo para reembolsarem a dívida contraída junto dos credores britânicos e holandeses.

Admitindo que estará completamente posta de parte a política da canhoneira, que era o comportamento preconizado no Século XIX para quando surgiam estes conflitos de soberania quanto à recuperação dos créditos mal parados (dificilmente se estará a imaginar uma frota anglo-holandesa a vogar ao largo de Reiquejavique ou uma esquadra de cruzadores alemães a bloquear o Pireu…), resta concluir que, por muito retaliatórias que sejam as sanções para estes devedores, é preciso voltar a atribuir importância ao factor das fronteiras nacionais na avaliação do risco de crédito nas aplicações financeiras…

A globalização é capaz de não estar, afinal, tão globalizada

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