23 março 2010

O "GRELHADOR" DE OHRDRUF

Num mapa que assinale os tristemente célebres campos de concentração do III Reich, Ohrdruf não é nome que nos ocorra. Assinalado no mapa acima e situado a cerca de uns 50 Km a Oeste da cidade de Weimar, Ohrdruf funcionava como um campo satélite de Buchenwald, esse sim, com Auschwitz ou Dachau, nomes do Holocausto que todos reconhecemos...
Nem sequer se tratou do primeiro campo a ser libertado pelos norte-americanos (havia sido Natzweiler em França), mas Ohrdruf continha todas as evidências horrorosas das atrocidades cometidas pelos alemães e foi por isso escolhido para ser publicitado quando da visita pelas altas patentes americanas a 12 de Abril de 1945, uma semana depois da sua libertação.
A delegação era chefiada pelo próprio Dwight D. Eisenhower (1) e incluía o comandante do 12º Grupo de Exércitos Omar Bradley (2) e o do III Exército George S. Patton (3), para além das numerosas comitivas que qualquer um deles arrastava atrás de si. E de entre todas, uma das aberrações parece ter impressionado mais vivamente os distintos visitantes.
Eisenhower e Patton mencionaram-na depois por escrito: uma espécie de pilha funerária formada por dois carris sustentados por tijolos (acima), numa disposição que fazia lembrar um grelhador, onde os alemães haviam tentado incinerar (mal) os corpos hirtos que haviam sido depositados entre os carris, pois deles ainda restavam pedaços queimados em graus diferentes…
Pormenor irónico final: dos três generais americanos presentes, foi George S. Patton, precisamente aquele que mais cultivava as suas poses públicas (veja-se abaixo a fotografia que lhe haviam tirado quando saía do jipe à sua chegada a Ohrdruf...), aquele que mais se impressionou com o cenário e que acabou por ter de se afastar discretamente e ir vomitar…

4 comentários:

  1. Consta que Patton terá afirmado, aquando da batalha das Ardenas,que os americanos estavam a combater o inimigo errado.
    O que tera mudado entretanto, para que ele vomitasse?...

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  2. Não lhe sei responder.

    Tenho é a certeza quase absoluta que a atitude de qualquer daqueles três generais "teria mudado entretanto" se tivessem também tido oportunidade de visitar os campos de "trabalho correctivo" do Gulag, não lhe parece jrd?

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  3. Não lhe sei responder.
    Até porque não tenho problemas mal resolvidos com os tenebrosos, repito, tenebrosos, Gulags.
    Não aplicável, portanto.

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  4. O meu caro jrd lá saberá o grau de resolução dos seus problemas com os gulags.

    O que se lhe nota é o relevo que resolve dar através do seu comentário àquilo que “consta” que um dos generais americanos terá dito a propósito da política de alianças das potências e como ele teria preferido ter tido os nazis como parceiros em vez dos comunistas.

    Não sei se o jrd sabe, mas “consta” dos livros de História que, entre Agosto de 1939 e Junho de 1941 os nazis e os comunistas haviam sido aliados – de papel passado e tudo, o que é um pouco mais do que os desabafos de um general com uma língua comprida demais…

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