
O tema que escolhi para ilustrar este
poste sobre fotografias de guerra está associado à fase final da Segunda Guerra Mundial na Europa, a partir do Outono de 1944, quando a Alemanha mobilizou todos os seus cidadãos entre os 16 e os 60 anos em condições de combater para a defesa do Reich. É um tema a que já me havia referido aqui
num poste anterior, embora se tratasse doutro contexto.

Associando velhos e jovens, essa
milícia popular (
Volkssturm, no original) trouxe para as cerimónias militares e os próprios campos de batalha um novo tipo de
figurantes, antes desconhecido. A convocação dessa
miscelânea de gente para a
Volkssturm foi pretexto para que aparecessem novos tópicos para fotografias de guerra: fossem elas de alemães de meia-idade e ventres proeminentes a desfilar
à civil…

…ou fossem de adolescentes
devidamente fardados a serem condecorados pelos seus feitos de bravura em combate. Estando devidamente doutrinados pela sua participação na
Juventude Hitleriana, aqueles adolescentes podiam tornar-se combatentes temíveis e, conscientes disso, os norte-americanos reagiram, incorporando também esses
novos combatentes inimigos nalgumas das suas fotografias de propaganda…

Mas, muito melhores do que as de propaganda, as genuínas
fotografias de guerra são aquelas que
pairam por cima das causas dos conflitos em que foram tiradas. Será o caso da que escolhi para terminar esta série, onde se vê um outro jovem combatente da
Volkssturm aterrorizado e a ser repreendido ou consolado (não se chega a perceber) por um seu camarada mais velho, a que não falta o detalhe da
mancha que lhe ensopa as calças...

Meu caro Teixeira,
ResponderEliminardescobri por estes dias o seu blog. A falta de tempo e de jeito (colmatado com a ajuda dos filhos) mantinha-me afastado destes lugares. Pelo que já vi, o seu blog interessa-me, pelo modo honesto e escorreito como escreve. Se me permite, serei frequentador assíduo deste lugar.
Bom trabalho.
António Marquês