19 julho 2008

O QUE NÃO É NATURAL…

Havia um famoso anúncio televisivo a um Restaurador chamado Olex (assim designado porque anunciava restaurar a cor primitiva dos nossos cabelos…) que era fantástico pela rusticidade da sua introdução: Dizia uma voz em offUm preto de cabeleira loura (e aparecia um de peruca) ou um branco de carapinha (e aparecia o respectivo também de peruca) não é natural… O que é natural e fica bem é cada um usar o cabelo com que nasceu…
Pois bem, realizar eleições gerais e demorar nove meses até se constituir um governo também não é natural… E que esse governo esteja demissionário ao fim de apenas quatro meses de constituição ainda é menos natural… Já aqui me referi por algumas vezes ao problema da Bélgica, o problema já aqui foi discutido com a amável participação de um belga flamengo e sinto-me numa de duas situações antagónicas: ou já percebi tudo ou então não percebi nada.
No primeiro caso, parece-me um daqueles casos de um casal que já se decidiu pelo divórcio e estarão apenas a manobrar cuidadosamente de forma a maximizarem para o seu lado a divisão do espólio e é esse espólio (concretamente, a região neutral de Bruxelas) que está ainda em disputa; no segundo caso, as duas comunidades belgas estarão ligadas por profundas conexões que não se deixam ver à superfície, nem compreender por quem esteja de fora…

6 comentários:

  1. Eu creio que Bruxelas representa para a Bélgica, mas de forma extremada, o que as capitais representam muitas vezes para os países: a amante infiel, isto é, alguém a quem damos tudo e que nos olha com algum desdém. Nomeadamente o facto de não se respeitar em Bruxelas a obrigação de transcrever em flamengo todas as informações turisticas como recentemente pude comprovar.
    Eu que "sou do Porto", compreendo isso...
    É claro que estou a referir apenas este aspecto de Bruxelas como paradigma de uma questão mais abrangente.

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  2. E no Eupen Melmedy (ou lá como se chamam esses cantões) ainda se fala alemão.
    A Bélgica não deixa de ser uma construção inglesa para os franceses e holandeses não crescerem demais.

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  3. Estou farto dos políticos belgas e principalmente dos francofónos que eles vão ao inferno .
    cumprimentos de Antuérpia

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    O Bispo prega no deserto .
    Se os belgas francófonos ligam espontaneamente uma maior importância a unidade do país que os flamengos e quereriam que a Bélgica continuar a existir, não basta para pendurar umas bandeiras belgas na fachadas das casas. Têm de afastar se do seu complexo de superioridade linguístico. Cada um seguinte seu próprio papel social deve aprender e apreciar a língua e cultura dos seus vizinhos flamengos. Isto é o preço, que tem de ser pago a respeito da responsabilidade pessoal, se quiserem que a Bélgica ainda tem um futuro.
    São palavras escritas pelo bispo de Namur (Valónia) André Mutien Leonard num jornal mensal católico e continua seguidamente:
    Muitas vezes, os belgas francófonos sentem as demandas flamengas como agressão. Sem me declarar pelo nível político, Convido os meus patriotas francófonos para nunca esquecer que a flandres durante séculos tem de lutar a fim de obter respeito para a sua língua e cultura. Muito tempo a flandres foi vítima da arrogância francófona. E o estado belga de 1830 ajudou ao afrancesamento da flandres durante o prazo de um século. Agora, a flandres tornava se a região com a maior prosperidade no país e obviamente quer confirmar a sua particularidade cultural e a autonomia linguística. O bispo de Namur fala perfeitamente a língua neerlandês e continua no artigo. Juntos, as três regiões vão encontrar soluções para salvar a unidade do país, assim seguinte o bispo de Namur.

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  4. Não foi muito argumentativo, meu caro Theo-Alfacinha, mas não haja dúvida que se compreende perfeitamente o seu estado de espiríto...

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  5. Não é natural
    Caro amigo
    Se a maioria desse país quer uma reforma e a minoria recusa constantemente negociar.Como se chama isto, um democracia? Não é a primeira vez na história de Bélgica que os francófonos não respeitam as regras de democracia. A partir de hoje o futuro de flandres fica na Europa e a estado Bélgica ainda não serve para nada. Se gosta de falar em termos de divórcio, desde os anos 60 a flandres já pagou suficiente alimentação para seus filhos francófonos e não é a culpa de Flandres que os filhos ainda não sabem andar sozinhos. Estou farto dos políticos francófonos que eles vão ao inferno.Estou farto dos fracófonos porque são todos patetas.
    cumprimentos de Antuérpia

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  6. Já esgrimi aqui alguns argumentos sérios, passe a presuncao, sobre este tema tao complexo.
    Mas desta vez e porque estamos na silly season, apetece-me aligeirar o comentário e respigar parte de um poste que inseri no BTH em set.2007:

    "...Ontem ganhámos à Bélgica, o país de Jacques Brel, que, curiosamente, dele disse, tratar-se de um território vago onde as minorias se disputam em nome de duas culturas que não existem.
    O público presente nas bancadas comportou-se à altura e só não cantou o hino Belga porque não sabia letra, nem em francês nem em flamengo, limitando-se por isso a assobiar (!).
    Amanhã em Bruxelas, o José Barroso vai pegar ao trabalho impante de orgulho, principalmente à hora de almoço, quando entrar no refeitório."

    Nota: O comportamento da tribo do futebol Lusa, foi deplorável.

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