Nos tempos da Roma Antiga a luta política travava-se entre e em nome dos patrícios e dos plebeus. Nos tempos da Revolução Industrial, o Marxismo postulava que a disputa crucial era entre o proletariado e a burguesia. Nos princípios do Século XXI, há países em que a luta, tal qual a vi sintetizada numa interessante análise política sobre os acontecimentos da Ucrânia, passou a ser disputada entre os milionários e os multimilionários.
No Paquistão, por exemplo, um país também envolto em convulsões, analisando uma lista sobre as 44 maiores fortunas daquele país pode-se descobrir tanto ou mais sobre a disputa que ali se está a travar, do que usando uma outra lista sobre as formações políticas que se dispõem a travar as próximas eleições legislativas, embora a maioria dos nomes que constam da primeira lista sejam perfeitamente desconhecidos para os estrangeiros…
Assim o primeiro dos multimilionários paquistaneses é o anónimo Mian Mohammad Mansha (fortuna estimada: 1.900 Milhões €). O segundo é, o que será provavelmente um nome tão anónimo quanto o anterior, Asif Ali Zardari (1.350 Milhões €), não se dê a curiosa circunstância de ele ser casado com Benazir Bhutto, que já não é um nome desconhecido: a líder do PPP (Partido Popular Paquistanês) e ex-primeira-ministra do Paquistão de 1988 a 90 e de 1993 a 96.
O terceiro nome da lista, o anglo-paquistanês Sir Anwar Pervaiz (1.100 Milhões de €), poderá representar, simbolicamente, a importância que representa a diáspora paquistanesa, dado que a maior parte da sua fortuna foi criada e permanece no Reino Unido. Mas o quarto nome será totalmente familiar para aqueles que conhecem a política paquistanesa: Nawaz Sharif (1.000 Milhões de €), também ex-primeiro-ministro paquistanês de 1990 a 93 e de 1997 a 99, actual líder da Liga Muçulmana.
Não deixa de ser curioso acompanhar a evolução das fortunas paquistanesas. Assim, tomando por exemplo, a primeira, a de Mian Mohammad Mansha, ela ocupava a 15ª posição nos anos 70, passara a 6ª nos anos 90, para se tornar a maior da actualidade. Em contrapartida, aquela que termina a lista dos milionários, no 44º lugar, pertence a Kasim Dada (150 Milhões €), o descendente de uma fortuna muito mais antiga, de um empório comercial que remonta à época colonial.
Refira-se, como curiosidade, que foi em grande parte em representação dos interesses comerciais na África do Sul dessa família Dada que o então jovem advogado Mohandas (Mahatma) Gandhi ali se instalou em 1893… A fortuna da família assim permaneceu, proeminente à escala global, mesmo depois da independência em 1947, tendo eles, naturalmente e como muçulmanos, optado por ficarem com a nacionalidade paquistanesa…
Infelizmente para eles, durante a primeira metade da década de 70, os Dada cometeram o enorme erro de se oporem aos Bhutto, que ocupavam então o poder (1971-77), e o primeiro-ministro Zulfiqar Ali Bhutto (pai de Benazir) nacionalizou-lhes praticamente toda a fortuna… Como prova o exemplo de Khodorkovsky na Rússia, defrontar directamente o poder político é um erro fatal e suponho que todos os que constam daquela lista de milionários e multimilionários paquistaneses o pretende evitar...
No Paquistão, por exemplo, um país também envolto em convulsões, analisando uma lista sobre as 44 maiores fortunas daquele país pode-se descobrir tanto ou mais sobre a disputa que ali se está a travar, do que usando uma outra lista sobre as formações políticas que se dispõem a travar as próximas eleições legislativas, embora a maioria dos nomes que constam da primeira lista sejam perfeitamente desconhecidos para os estrangeiros…
Assim o primeiro dos multimilionários paquistaneses é o anónimo Mian Mohammad Mansha (fortuna estimada: 1.900 Milhões €). O segundo é, o que será provavelmente um nome tão anónimo quanto o anterior, Asif Ali Zardari (1.350 Milhões €), não se dê a curiosa circunstância de ele ser casado com Benazir Bhutto, que já não é um nome desconhecido: a líder do PPP (Partido Popular Paquistanês) e ex-primeira-ministra do Paquistão de 1988 a 90 e de 1993 a 96.
O terceiro nome da lista, o anglo-paquistanês Sir Anwar Pervaiz (1.100 Milhões de €), poderá representar, simbolicamente, a importância que representa a diáspora paquistanesa, dado que a maior parte da sua fortuna foi criada e permanece no Reino Unido. Mas o quarto nome será totalmente familiar para aqueles que conhecem a política paquistanesa: Nawaz Sharif (1.000 Milhões de €), também ex-primeiro-ministro paquistanês de 1990 a 93 e de 1997 a 99, actual líder da Liga Muçulmana.
Não deixa de ser curioso acompanhar a evolução das fortunas paquistanesas. Assim, tomando por exemplo, a primeira, a de Mian Mohammad Mansha, ela ocupava a 15ª posição nos anos 70, passara a 6ª nos anos 90, para se tornar a maior da actualidade. Em contrapartida, aquela que termina a lista dos milionários, no 44º lugar, pertence a Kasim Dada (150 Milhões €), o descendente de uma fortuna muito mais antiga, de um empório comercial que remonta à época colonial.
Refira-se, como curiosidade, que foi em grande parte em representação dos interesses comerciais na África do Sul dessa família Dada que o então jovem advogado Mohandas (Mahatma) Gandhi ali se instalou em 1893… A fortuna da família assim permaneceu, proeminente à escala global, mesmo depois da independência em 1947, tendo eles, naturalmente e como muçulmanos, optado por ficarem com a nacionalidade paquistanesa…
Infelizmente para eles, durante a primeira metade da década de 70, os Dada cometeram o enorme erro de se oporem aos Bhutto, que ocupavam então o poder (1971-77), e o primeiro-ministro Zulfiqar Ali Bhutto (pai de Benazir) nacionalizou-lhes praticamente toda a fortuna… Como prova o exemplo de Khodorkovsky na Rússia, defrontar directamente o poder político é um erro fatal e suponho que todos os que constam daquela lista de milionários e multimilionários paquistaneses o pretende evitar...
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