18 dezembro 2007

O PRÉMIO DAS BOAS PRÁTICAS NO SECTOR PÚBLICO – 6ª Edição

Uma das características da Internet é que ela pode colocar-nos em situações que nos provocam sentimentos ímpares, puros, de hesitação completa se a página que temos diante de nós é mesmo a sério ou uma completa brincadeira muito bem montada… Acabou de me acontecer, ao deparar-me o elenco de um júri para atribuição de um Prémio das Boas Práticas no Sector Público – 6º Edição. Mas é preferível ir por partes…

O referido prémio, promovido pela Deloitte e pelo Diário Económico tem por objectivo, segundo a literatura que o acompanha:

O Prémio de Boas Práticas no Sector Público pretende identificar e destacar as Boas Práticas, independentemente da sua origem ou magnitude. Acreditamos que estas iniciativas devem ser amplamente divulgadas para que possam ser replicadas, evitando a duplicação de esforços, constituindo simultaneamente um instrumento de produtividade, economia, eficiência e eficácia. Através deste Prémio destacamos e reconhecemos os excelentes desempenhos no Sector Público.

Veja-se agora a composição do júri que atribui o prémio, o tal elenco que me fez duvidar se era para levar a sério ou não, mais a forma como os seus membros escolheram identificar-se:

Suzana Toscano, Assessora, Presidência da República Portuguesa e Presidente do Júri
António José Seguro, Deputado, Assembleia da República
Carlos Zorrinho, Coordenador Nacional Plano Tecnológico
Francisco Maria Balsemão, Administrador Executivo, Impresa
Jorge Coelho, Administrador, Congetmark
Jorge Jardim Gonçalves, Presidente Conselho Superior, Millennium bcp
José Barata Moura, Professor, Universidade de Lisboa
Luís Valadares Tavares, Professor Catedrático, Instituto Superior Técnico
Manuela Ferreira Leite, Consultora, Santander Totta
Maria de Belém Roseira, Deputada, Presidente Comissão Parlamentar Saúde, Grupo Parlamentar do Partido Socialista
Paula Teixeira da Cruz, Advogada
Rui Afonso Lucas, Presidente, INA
Rui Machete, Presidente, FLAD – Fundação Luso Americana

Parecem ser uma lista mista, onde aparecem nomes inquestionáveis, mas onde há outros nomes que são mais do que questionáveis. Escolhendo apenas uma sequência de três destes últimos, vale a pena perguntar:
- Além de ser filho do seu pai, que outro critério poderá justificar a inclusão no elenco de Francisco Maria Balsemão?
- Será que depois de ter sido totalmente evasivo no passado, é desta que Jorge Coelho poderá esclarecer alguns curiosos da blogosfera sobre o âmbito das actividades da Congetmark, da qual se identifica como administrador?
- Com todos os desenvolvimentos associados à disputa feroz do poder dentro do BCP, mais os episódios recentemente publicados pela imprensa, será ajuizado contar com Jorge Jardim Gonçalves como jurado num Prémio associado às boas práticas?...

Felicidades ao futuro vencedor do prémio…

2 comentários:

  1. As práticas de Jardim Gonçalves não são boas, são ÓPTIMAS.
    Mas não para o Millennium.
    Neste juri, juro que sinto a falta de Madaíl, Valentim, Pinto da Costa, Isaltino e Fátima Felgueiras.
    Todos dirigidos pelo SOCOlari...

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  2. Há que reconhecer que há no elenco daquele júri gente muito prestigiada, embora em alguns casos não se consiga relacionar esse prestígio com a capacidade de avaliação do desempenho no Sector Público.

    É um caso típico em que lá deveriam estar nomes que percebessem do assunto, mas que não se soubesse quem são, em vez de nomes que se sabe quem são, mas que não se percebe o que estão lá fazer, como serão os casos de António José Seguro ou de Paula Teixeira da Cruz - será por "saírem" na televisão?

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