
A Índia tem uma posição estratégica determinante no Oceano Índico - note-se no mapa acima como ela pode dominar as rotas que transportam o petróleo do Médio para o Extremo Oriente (a China e o Japão). Já demonstrou a determinação de se fazer valer dessa posição vantajosa, tornando-se na Marinha de Guerra mais poderosa do seu Oceano. Para isso, é indispensável que disponha de um poder aeronaval significativo. A dotação da Marinha de Guerra indiana prevê a existência de dois porta-aviões. E, como os porta-aviões sempre foram unidades caras, os indianos têm recorrido ao expediente das potências de segundo nível, adquirindo porta-aviões
de ocasião às de primeiro nível.

Tradicionalmente, o fornecedor à Índia do material naval era a antiga potência colonial, o Reino Unido. Contudo, nos finais da década de 90, numa tentativa de diversificar as suas fontes de material de guerra que haviam sido, tradicionalmente, durante a
Guerra-Fria, os soviéticos e os britânicos (mas nunca norte-americanos, que eram os fornecedores do seu rival Paquistão), a Índia deixou-se arrastar para um negócio de um porta-aviões
novinho em folha de concepção francesa (usando propulsão tradicional mas baseando-se na concepção do seu novo porta-aviões nuclear
Charles de Gaulle). Mas o negócio veio a revelar-se um enorme fiasco: o
de Gaulle (acima) mostrou estar
cheio de problemas.

Compreensivelmente, a Índia desistiu de investir na versão convencional de um desenho que parece ter nascido
mal parido. Já com uma das unidades (
Vikrant) posta completamente fora de serviço (1997), houve que improvisar uma nova solução (2004), esta agora através dos tradicionais fornecedores soviéticos (agora russos): passava por uma extensa reconversão (acima) de um
Cruzador Anti-Submarino (o
PKR Almirante Gorshkov). No entanto,
parece que o orçamento para a reconversão já foi totalmente ultrapassado e o cronograma para a realizar completamente ultrapassado – previsto para 2008, os trabalhos já só terminarão em 2010...

Ora 2012 é o ano estimado para o fim da vida útil do único porta-aviões operacional, o
Viraat. Prevê-se que a sua substituição se faça através de um
navio novo, mas concebido pelos indianos e construído nos seus estaleiros. E se, como com o
de Gaulle, algo corre mal? É por isso que - rompendo com a tradição de nunca comprar qualquer material militar aos Estados Unidos -
apareceu recentemente na Índia a ideia de comprar o último porta-aviões de propulsão clássica ao serviço da marinha norte-americana, o
Kitty Hawk (acima), que está projectado para vir a ser retirado do serviço em 2008. A ideia parece ser genialmente simples, mas é negócio muito
mais difícil de concretizar do que parece…
por acaso sabes se eles vendem porta aviões a uma empresa privada???
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