
Claro que há resistentes, dos dois lados do Atlântico, a esta repartição de especialidades. Há quem se bata pela promoção da cinematografia europeia e quem queira promover o Super Bowl (final do campeonato de futebol americano) a acontecimento mundial… Mas a influência disso para a cultura dos tempos modernos é negligenciável, porque se trata apenas de uma mera disputa entre aqueles dois pólos…
Anteontem, a propósito da referência a Rabindranath Tagore, um poeta de língua bengali que recebeu o Prémio Nobel de Literatura em 1913, levou-me à curiosidade de saber qual a distribuição dos galardoados com esse prémio pelo seu idioma nativo. O número de autores em sueco (6), norueguês (3), dinamarquês (3) e islandês (1) é obsceno quando comparada com a de chineses (1), árabes (1), bengalis (1), portugueses (1) ou hindis (0)…
Ora, se no caso dos galardões científicos existem razões objectivas que justificam que os galardoados com o Prémio Nobel se concentrem em países da América do Norte e da Europa, nos dois pólos do Centro do Mundo, a explicação para o resultado de cima, num processo de selecção que nada tem de ter de tecnológico, só pode ser explicado por outras razões. Obviamente, há coisas que nem a correcção política disfarça…
Curiosidade final: Foi o brasileiro Kaká o vencedor da Bola de Ouro, num concurso que já foi ganho por vários compatriotas seus: Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho. Mas em Prémios Nobel o Brasil está um pouco pior: não há nenhum brasileiro que tenha recebido qualquer um deles até agora, descontando Peter Medawar, um britânico que recebeu o Prémio Nobel da Medicina de 1960 e que calhou ter nascido no Rio de Janeiro…
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