Adriano IV é um Papa que se distingue das restantes centenas que constam da longa lista de monarcas da Igreja, pelo facto de Adriano (nascido Nicolau Breakspear) ter sido o único Papa de origem inglesa da História, que reinou entre 1154 e 1159 (ou seja, foi contemporâneo do nosso Rei Afonso Henriques). O sucesso da sua carreira, contudo, deve-se mais ao facto de, tendo visto as suas ambições eclesiásticas iniciais rejeitadas em Inglaterra, ter decidido mudar-se para Paris e, mais tarde, para a França meridional (Arles), onde a sua reputação como Abade chegou aos ouvidos da corte papal.
Nomeado Cardeal por Eugénio III (1145-53), Nicolau entrou para o serviço diplomático do Vaticano, de que o posto mais importante atingido foi o de Legado Papal na Escandinávia entre 1152 e 1154. Ao regressar, já era Papa Anastásio IV (1153-54), e o ambicioso Nicolau começou a preparar a sua candidatura… Anastásio morreu em 3 de Dezembro e dia 4 Nicolau foi logo eleito Papa com o nome de Adriano IV*. Os eventos mais importantes durante o seu reinado tornam-no indistinguível dos seus antecessores Eugénio III e Anastácio IV ou sucessor Alexandre III (1159-81), todos italianos.
Como curiosidade, refira-se que, embora emigrado, Adriano IV não foi um filho ingrato de Inglaterra, ao emitir a Bula Laudabiliter, que conferia ao soberano inglês (à época Henrique II Plantageneta) a legitimidade para que interviesse em seu nome na Irlanda, dado que a sua população, apesar de cristã, escapava à tutela romana. Em suma, a carreira de Adriano IV no Século XII faz-me lembrar bastante a de um outro político do Século XXI, de outra nacionalidade, embora com a enorme superioridade moral sobre esse político de não ter assumido quaisquer compromissos prévios junto dos seus compatriotas.
Teria caído pior num Papa, mas cai sempre mal em qualquer um…
* Embora não se aplicassem então as regras de eleição actuais, aquela celeridade faz lembrar a rapidez (dois dias e quatro votações) com que o actual Papa, Bento XVI, foi eleito em Abril de 2005…
Como curiosidade, refira-se que, embora emigrado, Adriano IV não foi um filho ingrato de Inglaterra, ao emitir a Bula Laudabiliter, que conferia ao soberano inglês (à época Henrique II Plantageneta) a legitimidade para que interviesse em seu nome na Irlanda, dado que a sua população, apesar de cristã, escapava à tutela romana. Em suma, a carreira de Adriano IV no Século XII faz-me lembrar bastante a de um outro político do Século XXI, de outra nacionalidade, embora com a enorme superioridade moral sobre esse político de não ter assumido quaisquer compromissos prévios junto dos seus compatriotas.
Teria caído pior num Papa, mas cai sempre mal em qualquer um…
* Embora não se aplicassem então as regras de eleição actuais, aquela celeridade faz lembrar a rapidez (dois dias e quatro votações) com que o actual Papa, Bento XVI, foi eleito em Abril de 2005…
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