Se o melhor símbolo do transporte das nossas tropas durante a guerra colonial (1961-74) foi o Unimog (acima) e se o melhor símbolo do transporte dos soldados norte-americanos durante a contemporânea guerra do Vietname (1961-73) foi o helicóptero Bell UH-1 Huey (abaixo), no caso da guerra que os soviéticos travaram no Afeganistão de 1979 a 1989, a fotografia simbólica incluiria várias VBTP.
VBTP é o acrónimo utilizado em português para designar uma Viatura Blindada para Transporte de Pessoal. Um exemplar famoso de uma viatura desse tipo utilizada pelo exército português foi a viatura Chaimite, baptizada com o nome Bula, dentro da qual o Presidente do Conselho Marcello Caetano e dois dos seus Ministros foram evacuados do Quartel do Carmo em 25 de Abril de 1974.
Mas nem o exército português, nem mesmo o norte-americano, se comparavam à profusão de VBTP que o exército soviético tinha ao seu serviço. Na altura da intervenção no Afeganistão os soviéticos dispunham das BTR-50, 60, 70 e 80 (abaixo), as BMP-1 e 2 (mais abaixo), as BRDM-1 e 2 (ainda mais abaixo), etc. Esta riqueza pletórica (em quantidade e variantes) de tipos de VBTP era mais uma consequência da Guerra-Fria. A doutrina táctica soviética da altura preconizava que, se houvesse uma próxima guerra na Europa, ela se travaria principalmente em enormes recontros de Carros de Combate (tanques) no centro do continente, provavelmente na Alemanha. A profusão de VBTP destinava-se a transportar e proteger a infantaria quando ela tivesse acompanhar os tanques, em formações mistas de unidades blindadas ou mecanizadas.
Concebidas para as planícies temperadas do centro da Europa, as VBTP soviéticas demonstraram qualidades insuspeitas nos planaltos poeirentos do Afeganistão: as chapas de aço eram uma excelente defesa contra as emboscadas dos guerrilheiros afegãos. Durante a década de 80, em situações reais, os soviéticos aprenderam imenso com a prática sobre a eficácia de construção das VBTP.
Os melhoramentos que as novas viaturas introduzidas na década de 80 incidiam nas suas capacidades em cenários de guerra subversiva: a espessura das protecções laterais aumentou 25 a 30%, as portas de acesso foram remodeladas reduzindo o tempo de evacuação da viatura entre 15 a 20%, foi adicionado um sistema anti-fogo e o compartimento de combustível foi isolado do habitáculo. Nas BMP (acima) foi aumentado o ângulo superior que o seu canhão podia atingir.
Desde o começo que os guerrilheiros se aperceberam que as peças instaladas nos tanques e VBTP soviéticas, concebidas para destruir os seus homólogos ocidentais, não tinham capacidade para se alçar a ângulos elevados… O segredo estava em aproveitar as características acidentadas do terreno afegão e montar as emboscadas a partir de sítios elevados… Mas esta foi uma guerra que não foi perdida por questões tácticas…
VBTP é o acrónimo utilizado em português para designar uma Viatura Blindada para Transporte de Pessoal. Um exemplar famoso de uma viatura desse tipo utilizada pelo exército português foi a viatura Chaimite, baptizada com o nome Bula, dentro da qual o Presidente do Conselho Marcello Caetano e dois dos seus Ministros foram evacuados do Quartel do Carmo em 25 de Abril de 1974.
Mas nem o exército português, nem mesmo o norte-americano, se comparavam à profusão de VBTP que o exército soviético tinha ao seu serviço. Na altura da intervenção no Afeganistão os soviéticos dispunham das BTR-50, 60, 70 e 80 (abaixo), as BMP-1 e 2 (mais abaixo), as BRDM-1 e 2 (ainda mais abaixo), etc. Esta riqueza pletórica (em quantidade e variantes) de tipos de VBTP era mais uma consequência da Guerra-Fria. A doutrina táctica soviética da altura preconizava que, se houvesse uma próxima guerra na Europa, ela se travaria principalmente em enormes recontros de Carros de Combate (tanques) no centro do continente, provavelmente na Alemanha. A profusão de VBTP destinava-se a transportar e proteger a infantaria quando ela tivesse acompanhar os tanques, em formações mistas de unidades blindadas ou mecanizadas.
Concebidas para as planícies temperadas do centro da Europa, as VBTP soviéticas demonstraram qualidades insuspeitas nos planaltos poeirentos do Afeganistão: as chapas de aço eram uma excelente defesa contra as emboscadas dos guerrilheiros afegãos. Durante a década de 80, em situações reais, os soviéticos aprenderam imenso com a prática sobre a eficácia de construção das VBTP.
Os melhoramentos que as novas viaturas introduzidas na década de 80 incidiam nas suas capacidades em cenários de guerra subversiva: a espessura das protecções laterais aumentou 25 a 30%, as portas de acesso foram remodeladas reduzindo o tempo de evacuação da viatura entre 15 a 20%, foi adicionado um sistema anti-fogo e o compartimento de combustível foi isolado do habitáculo. Nas BMP (acima) foi aumentado o ângulo superior que o seu canhão podia atingir.
Desde o começo que os guerrilheiros se aperceberam que as peças instaladas nos tanques e VBTP soviéticas, concebidas para destruir os seus homólogos ocidentais, não tinham capacidade para se alçar a ângulos elevados… O segredo estava em aproveitar as características acidentadas do terreno afegão e montar as emboscadas a partir de sítios elevados… Mas esta foi uma guerra que não foi perdida por questões tácticas…
(continua)
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