Este título, descaradamente plagiado de Eça de Queirós, serve para evocar a imagética de uma das mais imaginativas campanhas eleitorais para eleições autárquicas, a de Lisboa em 2001, a começar pela do futuro vencedor, que prometia acima aos lisboetas uma Lisboa Feliz. Trata-se de pessoa que pugna de tal forma pela felicidade alheia, que ainda recentemente se propôs espalhar ainda mais felicidade por todos os outros portugueses, agora a partir do Palácio de Belém… Mas a imaginação estendia-se à concorrência que se socorria de engraçadíssimos cartazes de exterior:
Houve quem dissesse que cumpria, mas que depois não ficou para cumprir.
Houve quem dissesse que ficava, mas que depois não cumpriu que ficava.
E houve quem dissesse que fritava, porventura a promessa mais honesta e mais famosa da campanha, embora a menos remuneradora apesar da honestidade: Santana Lopes, João Soares e Paulo Portas continuam, cada um à sua maneira, a andar por aí enquanto o óleo Mimo, quedando-se pelas prateleiras, o faz muito mais discretamente.
Lembro-me perfeitamente dessa campanha, com os quatro cartazes seguidos, ao lado uns dos outros, o que dava uma aspecto algo cómico. Digo quatro mas na realidade o de Santana dizia "eu faço". Creio que a ideia partiu de Paulo Portas, que assegurava que ia ficar como vereador (cumpriu durante uns meses, mas como dos resultados dessas autárquicas resultou a queda do governo Guterres, claro que não se podia demorar). Assim, tínhamos o "eu fico", "eu cumpro", eu faço" e como bom remate, "eu frito". Já tinha procurado esses cartazes na net e nunca os tinha encontrado.
ResponderEliminarSabe o quanto eu andei à procura na internet desse cartaz do "eu faço"?
ResponderEliminarFoi só perante o fracasso em o encontrar que tive que adaptar a história aos meios visuais disponíveis, pois creio que, apesar da falta de um pilar importante, não se pode esquecer uma história como esta em que egos, estupidez e sarcasmo brilham que nem cristais.