12 julho 2014

O SONSO E OS SONSOS

Comecemos por deixar bem claro que considero Cavaco Silva um sonso. Os esclarecimentos que prestou a propósito dos investimentos que realizou enquanto depositante do BPN são equívocos, a ponto da versão que construiu o fazer passar por estúpido: não viu nada de anómalo numa valorização de 140% das acções que detinha?! Contudo, ou bem que o criticamos por ser sonso, ou o criticamos por não ser. Abaixo, recorda-se a opinião que Carlos do Carmo exprimiu publicamente sobre Cavaco Silva. Apesar de Carlos do Carmo não ter propriamente projecção social pelo seu posicionamento político, ultrapassemos rapidamente os preâmbulos desnecessários defendendo o direito do fadista ter direito à sua opinião e à sua liberdade de a exprimir em público. Obviamente tem-nos e exerceu-os. O que não se pode, como o faz uma boa parte da comunicação social, é sugerir que aquelas atitudes públicas não têm de ter depois o seu preço: a antipatia de Cavaco Silva é recíproca e manifesta-se... pelo silêncio. Um cidadão naquele cargo tem que mostrar ética mas não tem que se lhe exigir ser feito de pau. Uma atitude contrária de Cavaco Silva seria tão convincente quanto a sua incapacidade em detectar a inverosimilhança num negócio com rentabilidades da China. Por esta vez os dois intervenientes estão inocentes: os sonsos da história são mesmo os jornalistas…

1 comentário:

  1. Quando foi conhecida esta operação lembro-me de ver um pequeno comentador da TV (Marques Mendes) defender Cavaco com um argumento brilhante: tinha perdido dinheiro, porque no mesmo dia em que vendeu as acções ao banco este estava a vender a mais dois cêntimos que o valor da compra...

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