Mais uma vez, como acontece em todos os escândalos financeiros, estão a surgir e avolumar-se-ão as perguntas para onde terão ido os milhares de milhões em falta nas contas do grupo Espírito Santo. E a resposta mais honesta não será de molde a agradar àqueles que se mostram mais veementes na sua indignação: é muito provável que não tenham ido para lado nenhum. Vivemos tempos em que nas redes sociais há a tentação de substituir pela veemência na indignação a ignorância a respeito do tema sobre o qual as pessoas se manifestam. E multiplicam-se as indignações absurdas, ridículas por se tratar de ignorâncias extremas. Mas há outros exemplos que tratam matérias mais sofisticadas, como este. É que a esses indignados ignorantes, se calhar nem vale a pena explicar tão simplesmente que a actividade económica não costuma ser um jogo de soma nula – sobretudo porque muitos deles nem saberão o que é um jogo de soma nula. Nos grandes colapsos financeiros, como na fotografia acima, a esmagadora maioria do dinheiro desvanece-se em fumo, sem aproveitar a ninguém. Fica a faltar o ladrão para apontar o dedo...
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