We will stand on principle... or we will not stand at all.
O filme Dama de Ferro atribuiu a frase supra a Margaret Thatcher: Orientemo-nos por princípios...ou então não nos orientaremos de maneira nenhuma. Não sei se a terá chegado realmente a pronunciar, mas sei que é uma daquelas frases mais apropriadas para ser atribuída a alguém, do que a esperar que quem a proferiu se tenha guiado realmente por ela; no decorrer da sua carreira política garantidamente nem sempre terá tido possibilidade de a cumprir e levar até às últimas consequências, como acontece de resto com todos aqueles que têm que actuar na diplomacia real. Quase ao mesmo tempo que do outro lado do Mundo, em Díli, durante a Cimeira da CPLP, o presidente e o governo português, sem o dizer protocolarmente, alimentavam a sua imprensa com as suas reservas à admissão da Guiné-Equatorial na organização, invocando, entre outras causas, os desrespeitos pelos direitos humanos registados pela ditadura do governo do país recém-admitido, a um mero fuso horário de distância do de Lisboa o nosso governo fazia questão de estar representado pelo seu vice-primeiro-ministro Paulo Portas na recepção a uma curta escala técnica de seis horas que o presidente chinês realizou nos Açores. A China, como a Guiné-Equatorial, também não costuma ser tomada por um daqueles países com um currículo referenciável quanto ao cumprimento dos direitos humanos, nomeadamente quanto à prática da pena de morte, assunto a que se atribuiu muita importância em Díli e nenhuma na ilha Terceira. Deve ser por sermos uma pequena potência que não devemos estar habituados a esta hipocrisia on-line: os nossos princípios morais são inquebrantáveis… mas dependem do fuso horário.
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