Aquilo que eu tendo a valorizar numa biografia é, para além da sua qualidade intrínseca, tanto no aspecto do trabalho de investigação, como da forma como está redigida, também a forma como o autor se conseguiu preservar e distanciar em relação ao biografado. De entre as obras do género que li recentemente:
Há esta biografia sobre De Gaulle escrita pelo francês Éric Roussel (2002)¹ que mostra qualidade e distanciamento do autor em relação ao biografado.
Há esta biografia de Jorge Sampaio por José Pedro Castanheira (2012) de uma qualidade indiscutível mas que já não posso elogiar quanto ao distanciamento do autor em relação ao biografado.
Há ainda esta biografia de Marcelo Rebelo de Sousa por Vítor Matos (2012) de uma qualidade discutível mas que, ao menos, ainda possui o mérito do distanciamento do autor em relação ao biografado.
E há esta biografia de Jorge Coelho por Fernando Esteves (2014), a mais recente e a que acabei de ler, que não mostra ter nenhuns dos predicados que valorizo. Como sintetizou alguém que também o leu: o livro está adequado ao biografado.
¹ Tradução de Irene Guimarães e José António Capoulas de Avó.
¹ Tradução de Irene Guimarães e José António Capoulas de Avó.
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