Com cerca de 4.000 km², o Dubai é a capital do segundo mais importante dos 7 emirados que compõem a federação dos Emirados Árabes Unidos, organização política constituída em 1971 expressamente para a independência do país. Por essa altura, o conjunto dos emirados continham uns 180.000 habitantes e a cidade principal, precisamente a do Dubai, uns 65.000. Hoje, a população estimada rondará os 4.800.000 habitantes, dos quais mais de 1.500.000 viverão no Dubai. Rivalizando com as Zonas Económicas Especiais da China, trata-se de uma das regiões de maior crescimento económico e demográfico do Mundo.
A SIC apresentou recentemente uma excelente reportagem centrada na vida de 8 emigrantes portugueses no Dubai que aconselho (acima - é um pouco extensa: 32m48s). Mas sendo o Dubai a face mais próspera, mais liberal e, portanto, a mais atractiva da civilização muçulmana moderna, não deixa de ser curioso o que se pode entrever por detrás do tema principal da reportagem (os portugueses), como é o caso do imigrante afegão que se mostra tão orgulhoso do seu país natal como desdenhoso do Dubai ou o regime concentracionário que é imposto aos trabalhadores da construção civil, maioritariamente de origem indo-paquistanesa.
Outros números explicam as razões dessa atitude defensiva e policial: no Dubai existem 3 homens para cada mulher e os cidadãos árabes de origem local constituem apenas 1/6 da população total. É por estes exemplos que se percebe como o Islão, mesmo o próspero e mais cosmopolita, parece ter muito pouco de atractivo que possa oferecer aos sonhos dos mais desafortunados dos seus crentes. Nesse aspecto, a sociedade ocidental, com todos os defeitos que lhe apontam, permanece imbatível naquele seu capital de atractividade. E é isso, que os intelectuais da Al-Qaeda, como outros antes dela(1), não lhe perdoam…
(1) Os das Brigadas Vermelhas italianas ou da Fracção do Exército Vermelho alemão, entre outros.
Outros números explicam as razões dessa atitude defensiva e policial: no Dubai existem 3 homens para cada mulher e os cidadãos árabes de origem local constituem apenas 1/6 da população total. É por estes exemplos que se percebe como o Islão, mesmo o próspero e mais cosmopolita, parece ter muito pouco de atractivo que possa oferecer aos sonhos dos mais desafortunados dos seus crentes. Nesse aspecto, a sociedade ocidental, com todos os defeitos que lhe apontam, permanece imbatível naquele seu capital de atractividade. E é isso, que os intelectuais da Al-Qaeda, como outros antes dela(1), não lhe perdoam…
(1) Os das Brigadas Vermelhas italianas ou da Fracção do Exército Vermelho alemão, entre outros.
Bom texto rematado de uma exclente conclusão.
ResponderEliminarAliás, a "nossa" esquerda (incluindo alguns sectores no PS) também não perdoam que o "expoente da civilização ocidental - os EUA e Canadá - tenham esse capital de atractividade ao ser humano comum.
Admito que a AL-CAEDA
ResponderEliminaresteja mal informada
àcerca da nossa sociedade
Aqui também se pena
Comentário substantivo, João Moutinho. Obrigado.
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