É muito interessante, de grande qualidade e de grande oportunidade a biografia política sobre Henrique Tenreiro da autoria de Álvaro Garrido (acima). Foi muito instrutivo lê-la, que os meus conhecimentos prévios sobre aquela
eminência parda do Estado Novo (1926-74) praticamente não ultrapassavam os lugares-comuns. Obtém-se a imagem de uma pessoa intelectualmente medíocre (foi o último classificado do seu curso da Escola Naval) mas ambicioso, atrevido, determinado e com uma enorme
capacidade de trabalho – embora este último elogio, quando é usado entre nós, costume remeter para outras qualidades e atributos que não propriamente a da
produtividade do trabalho desempenhado...
Terá sido essa
capacidade de trabalho que terá permitido a Henrique Tenreiro
tecer uma rede de contactos que, consigo no centro, terá formado à sua volta uma espécie do que em inglês se designa por
hub, e que o tornaram conhecido sob o regime anterior por dominar algumas daquelas
regiões fronteiriças entre o que pertencia à esfera política e à económica. Terá sido essa rede de contactos no estrangeiro (Espanha e Brasil) que lhe valeram depois do 25 de Abril. E, ao ler o livro, não me pude impedir de fazer certas analogias, filosofias de regime aparte, entre a pessoa de Henrique Tenreiro e outras
eminências pardas da actualidade. Há coisas que não tenho a certeza que tenham mudado assim tanto…
Enfim, competirá aos autores do futuro escrever, com a mesma isenção de Álvaro Garrido, as biografias das
eminências pardas deste regime...
É muito interessante, de grande qualidade e de grande oportunidade a biografia política sobre Henrique Tenreiro da autoria de Álvaro Garrido (acima). Foi muito instrutivo lê-la, que os meus conhecimentos prévios sobre aquela eminência parda do Estado Novo (1926-74) praticamente não ultrapassavam os lugares-comuns. Obtém-se a imagem de uma pessoa intelectualmente medíocre (foi o último classificado do seu curso da Escola Naval) mas ambicioso, atrevido, determinado e com uma enorme capacidade de trabalho – embora este último elogio, quando é usado entre nós, costume remeter para outras qualidades e atributos que não propriamente a da produtividade do trabalho desempenhado...
Terá sido essa capacidade de trabalho que terá permitido a Henrique Tenreiro tecer uma rede de contactos que, consigo no centro, terá formado à sua volta uma espécie do que em inglês se designa por hub, e que o tornaram conhecido sob o regime anterior por dominar algumas daquelas regiões fronteiriças entre o que pertencia à esfera política e à económica. Terá sido essa rede de contactos no estrangeiro (Espanha e Brasil) que lhe valeram depois do 25 de Abril. E, ao ler o livro, não me pude impedir de fazer certas analogias, filosofias de regime aparte, entre a pessoa de Henrique Tenreiro e outras eminências pardas da actualidade. Há coisas que não tenho a certeza que tenham mudado assim tanto…
Enfim, competirá aos autores do futuro escrever, com a mesma isenção de Álvaro Garrido, as biografias das eminências pardas deste regime... 
Creio que foi H. Tenreiro mas pode ter sido Casal Ribeiro que em resposta a uma citacao do Papa, por um deputado da ala "liberal" respondeu nestes termos\\ Julga o sr deputado que com papas e bolos se enganam os tolos...!\\
ResponderEliminarFoi quando percebei que uma boa tirada pode servir uma p]essima causa.
É. Nós podemos lá chegar racionalmente mas é sempre um choque constatar que nem todas as qualidades nem todos os virtuosos ficaram do lado de cá da barricada política.
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