Um critério eficaz para definir a importância informativa de uma boa catástrofe costuma ser o número de vítimas que provocou. Contudo, existe também uma outra regra que complementa essa, baseada na geografia do local do acidente, e que estabelece (em valores empíricos) que uma a duas vítimas de um acidente doméstico equivalem a umas 6 em França, 12 na Rússia, 24 no Brasil e para aí umas 60 na Índia…
Mas não deixa de ser paradoxal que algumas das mais espectaculares catástrofes se tenham produzido em épocas em que a agenda noticiosa mundial estava saturada: durante os grandes conflitos mundiais. A ocasião tornava-se propícia. O tráfego de material militar (como munições e explosivos) aumentava desmesuradamente, ao mesmo tempo que a qualidade dos operadores dos portos, por causa dos entretanto recrutados, diminuía.
Não só existia uma tendência natural para abafar os acontecimentos (veja-se a nota do canto superior esquerdo da fotografia inicial), como as notícias das frentes de combate assumiam naturalmente o protagonismo noticioso, abafando a notoriedade destas catástrofes da retaguarda. E é assim que hoje quase ninguém sabe que em Julho de 1944, em Port Chicago na Califórnia (inicial), uma explosão matou 320 marinheiros e estivadores.

Passei apenas para te deixar um beijo. Apeteceu-me. Há já muito que não te brindo com uma parvoíce das minhas.
ResponderEliminarDe caminho li o post que achei muitíssimo curioso. Aliás, como é costume.
Beijos.
Pois eu cá vou seguindo a tua preenchidíssima agenda socio-cultural de lançamento em declamação, intervalados por leituras, muitas e rápidas.
ResponderEliminarBj.