A propósito de uma
excelente apresentação que foi feita pelo Pedro Correia do quadro
As Meninas de Velázquez, creio que o melhor cumprimento que lhe posso fazer é de o considerar uma espécie de
discípulo na blogosfera de Edwin Mullins que foi o criador de uma excepcional série de televisão de divulgação da pintura que se intitulava
Cem Grandes Quadros (
One Hundred Great Paintings). Num período nunca superior a uns 15 minutos (para não aborrecer), uma obra semi-desconhecida de um autor secundário ou, se da autoria de um grande mestre, uma das suas obras menos conhecidas, era apresentada em toda a sua riqueza.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs95JYiWBa-CBPfCdSkY7tXbRtIGCB9pj-8dRfUAQyiiFxAUPXCWs3Fml6ltRL53rZBs8dgc43HxZTcudEWJ3sjgZ2D5m6t2KklS1Hi0OT2qxGViL4DUusGsnUzOG_Jsuf9LGY/s400/CafeTerra%C3%A7o%C3%A0NoiteVanGogh.jpg)
No único vídeo que consegui encontrar no
You Tube sobre a série (mais acima), o quadro é
Terraço do Café à Noite (acima) de Vincent Van Gogh a ser apresentado pelo pintor
David Hockney e aparece legendado num idioma que desconfio ser hebreu… Para os que entenderem o inglês (ou para os que souberem hebreu…) é um excelente exemplo de um episódio daquela série. Devido à sua curta duração, a RTP usou a série durante anos a fio para preencher os
buracos que surgissem inesperadamente na emissão: uma transmissão do exterior que terminasse mais cedo, por exemplo. Muitas vezes, ainda bem...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhLQSLjLSbP4yWHGz-r5GpNEof6IwFhAyogMGlMfO7vVxc5QzOFVz4wZh8sY-5aqzjw9gh7J0vVT48xQo-Tl44ISnN5thYnOEuzANvAYugpZcUm9XLdKN6WidPg4VTYCbUyyFGb/s400/PInturaDongYuan3.jpg)
Mas se houve episódio de entre os 100 que ainda hoje me lembro por me ter deixado verdadeiramente impressionado foi o que tratou de uma pintura datada da época da China dos Song. Confesso que precisei de uma
cábula para me lembrar que o rolo se chamava
Tempo Límpido no Vale (
Clear Weather in the Valley*), obra que aparece acima, mas aquele estilo monocromático e detalhado, onde o tema eram invariavelmente as paisagens e onde os pormenores confluíam para a formação de um ambiente, foi o início da minha relação de interesse com
a China da Dinastia Song.
* Trata-se de um daqueles casos em que até faz sentido considerar o título original em inglês de um quadro que foi pintado na China, porque está há muito exposto num Museu norte-americano (Boston).
Para além de achar interessantes esses pequenos interlúdios culturais (dos quais já não me lembrava) na área das artes plásticas que, devo confessar , me mostraram pela primeira vez alguns grandes pintores e me fizeram ver a pintura com outros olhos, também te quero informar que entro perfeitamente no meu blogue a partir do teu.
ResponderEliminarSou excelente a organizar analogias, não sou?
Estás a melhorar depois desse ano que fizeste recentemente e pelo qual já te parabenizei! - adoro estes neologismos importados do outro lado do Atlântico...
ResponderEliminarDá-te mais maturidade.