Entre as recordações que regressam com o tempo quente e a antecipação de Verão fica-me a nostalgia daquelas sessões de cinema de esplanada ao ar livre que, mau grado as deficiências técnicas, especialmente no som, eram muito características da época balnear e que hoje, creio, estão praticamente desaparecidas. Outro dos preços a pagar por aquele bem-estar descontraído era a qualidade das películas. Embora tenha visto pela primeira vez o
Apocalypse Now numa dessas sessões, a maioria dos filmes que ali passavam eram medíocres.
Foi precisa a ajuda de um amigo de sempre, parceiro desses tempos, dessas e doutras distracções,
entretanto tornado um cinéfilo apurado, para me ajudar a identificar um dos filmes a que os dois assistimos no Verão de 1977 e que se intitulava (em português)
Os Revoltados do Ano 2000. Tratava-se de um filme de terror, descaradamente inspirado em
Os Pássaros de Alfred Hitchcock, em que as crianças de uma imaginária ilha espanhola eram acometidas de um estranho frenesim assassino, liquidando todos os adultos que encontrassem.
Os heróis da história eram dois turistas britânicos e, contrariamente ao que acontece no filme que o inspira, aqui
as coisas acabam mal… Nessas pesquisas, vim a descobrir que o realizador do filme fora Narciso Ibáñez Serrador, mais conhecido como o criador do concurso televisivo
1, 2, 3 e da Bota Botilde… Como se pode ler nalgumas críticas, ao
filme falta-lhe credibilidade. Um aspecto que era acessório em
Os Pássaros tornava-se aqui fundamental e ficava por responder: -
Que acontecera para que as crianças se tivessem tornado assassinas?...
Outro dia, apercebi-me que o filme, mais do que uma antecipação, podia ser afinal uma premonição. Foi quando li um dos melhores
postes que me foi dado a ler recentemente na blogosfera, da autoria de Ana Cássia Rebelo, e que se intitula
Pénis Tatuado. Vale a pena
lê-lo no original mas, sinteticamente, descreve uma mãe embevecida a contar às amigas as idiossincrasias do seu filho adolescente, Leandro Miguel, que tinha um
piercing na língua, dois furos nas orelhas, só queria vestir roupa de marca e que até fizera uma tatuagem na pila…
Tornando-se as crianças na nossa sociedade um bem cada vez mais escasso e tornando-se essas mesmas crianças por sua vez cada vez mais egoísta a cada geração que se sucede, estou em crer que este ciclo tenderá a degenerar futuramente em algo a que se poderá também chamar
conflito de gerações, mas que não terá nada em comum com os conflitos que conhecemos do passado, pois a disputa já não se travará por causa de valores como acontecia em Maio de 68, mas sim pelo respectivo bem-estar de cada uma das gerações desavindas…
Entre as recordações que regressam com o tempo quente e a antecipação de Verão fica-me a nostalgia daquelas sessões de cinema de esplanada ao ar livre que, mau grado as deficiências técnicas, especialmente no som, eram muito características da época balnear e que hoje, creio, estão praticamente desaparecidas. Outro dos preços a pagar por aquele bem-estar descontraído era a qualidade das películas. Embora tenha visto pela primeira vez o Apocalypse Now numa dessas sessões, a maioria dos filmes que ali passavam eram medíocres.
Foi precisa a ajuda de um amigo de sempre, parceiro desses tempos, dessas e doutras distracções, entretanto tornado um cinéfilo apurado, para me ajudar a identificar um dos filmes a que os dois assistimos no Verão de 1977 e que se intitulava (em português) Os Revoltados do Ano 2000. Tratava-se de um filme de terror, descaradamente inspirado em Os Pássaros de Alfred Hitchcock, em que as crianças de uma imaginária ilha espanhola eram acometidas de um estranho frenesim assassino, liquidando todos os adultos que encontrassem.
Outro dia, apercebi-me que o filme, mais do que uma antecipação, podia ser afinal uma premonição. Foi quando li um dos melhores postes que me foi dado a ler recentemente na blogosfera, da autoria de Ana Cássia Rebelo, e que se intitula Pénis Tatuado. Vale a pena lê-lo no original mas, sinteticamente, descreve uma mãe embevecida a contar às amigas as idiossincrasias do seu filho adolescente, Leandro Miguel, que tinha um piercing na língua, dois furos nas orelhas, só queria vestir roupa de marca e que até fizera uma tatuagem na pila…
Tornando-se as crianças na nossa sociedade um bem cada vez mais escasso e tornando-se essas mesmas crianças por sua vez cada vez mais egoísta a cada geração que se sucede, estou em crer que este ciclo tenderá a degenerar futuramente em algo a que se poderá também chamar conflito de gerações, mas que não terá nada em comum com os conflitos que conhecemos do passado, pois a disputa já não se travará por causa de valores como acontecia em Maio de 68, mas sim pelo respectivo bem-estar de cada uma das gerações desavindas… 
Trata-se de uma guerra eterna entre gerações, à qual escapam os homens de boa vontade e elevada craveira moral. (Parece "corny" mas não encontrei outra maneira de o dizer). A base da aprendizagem e criatividade de todos os primatas começa pela imitação. Essa espécie de herança de exemplos, ponto de partida para quem começa a caminhar. Homens bons houve sempre, bem como os seus continuadores. Infelizmente fdp's também, normalmente a maioria. No meio de tudo isto resta-nos a Comunicação, o Respeito e a Dignidade com que todos os seres devem ser tratados. Mas nada disto para ti é novidade. Formaram-nos num dos melhores cenários onde este filme se consegue visualizar em perfeitas condições.
ResponderEliminarEste filme é pesado, vi em 1977.
ResponderEliminarTítulo" Os revoltados do ano 2000"
Saí do cinema traumatizada e pensativa, aqui é filme, mas as crianças são vítimas de guerras provocadas por adultos e nunca se sabe se um dia isto nao passará à realidade.
Crianças assassinas que hoje têm 42 anos, dá que pensar!