Há momentos em que me pergunto se não haveria grandes vantagens em que os cursos de História tivessem obrigatoriamente uma cadeira que se dedicasse à ficção científica e à especulação sobre o Futuro... A cadeira procuraria contrariar que se caísse no vício de, tal qual um remador de competição, o historiador se concentrasse demasiado em olhar para trás e para o passado, perdendo a perspectiva do próprio fluir do tempo.
Assim como o remador se concentra na aplicação do esforço físico para deslocar o barco onde se assenta e que se torna o seu pólo de atenção, há quem na história perca de perspectiva a relatividade da forma como evoluiu o pensamento humano e, tomando por universais e intemporais os (seus) valores do presente, se venha a exceder nas suas perpectivas de como avaliar o passado, vindo a aplicá-las num concurso, fora de contexto.
Especulando para o Futuro, será razoável que os historiadores do Século XXV me possam vir a considerar um carniceiro demente porque comi um bitoque ao almoço? E que o coleccionador do futuro, que terá ficado com a faca de serrilha que usei há pouco, possa vir a ser censurado por não recordar que os seus objectos de colecção se destinavam a uma actividade repugnante que consistia na alimentação carnívora com faca e garfo?
Assim como o remador se concentra na aplicação do esforço físico para deslocar o barco onde se assenta e que se torna o seu pólo de atenção, há quem na história perca de perspectiva a relatividade da forma como evoluiu o pensamento humano e, tomando por universais e intemporais os (seus) valores do presente, se venha a exceder nas suas perpectivas de como avaliar o passado, vindo a aplicá-las num concurso, fora de contexto.
Especulando para o Futuro, será razoável que os historiadores do Século XXV me possam vir a considerar um carniceiro demente porque comi um bitoque ao almoço? E que o coleccionador do futuro, que terá ficado com a faca de serrilha que usei há pouco, possa vir a ser censurado por não recordar que os seus objectos de colecção se destinavam a uma actividade repugnante que consistia na alimentação carnívora com faca e garfo?
Não sei se uma cadeira obrigatória destinada à ficção científica iria resolver alguma coisa. Mas tens absolutamente razão ao alertares para o vício generalizado de descontextualizar acontecimentos, analisando-os como se de factos contemporâneos se tratassem, sem ter em conta toda as condições em que se desenrolaram no que diz respeito ao tempo e ao espaço.
ResponderEliminarPelo andar dos tempos, no século XXV, se calhar muito antes, o problema não vai estar no que se come ou como se come, o problema será se ainda se come.
ResponderEliminarA mudança das mentalidades é inevitável mas, pela evolução dita natural, será mais provável que se coma, cada vez mais, relva... como "reza" o "post" anterior, mas em esparregado.
ResponderEliminarO bitoque, esse, já está condenado. Existe o "hamburguer", que nem precisa de ser mastigado!
Esqueci-me de te dizer, ou pedir, vamos lá. Não coloques imagens obscenas num blog tão cultural. Aquele bitoque, mais o ovo, mais as batatas fritas... Aquilo é um coquetail de colesterol! E faz fome!
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