
Costumava dizer-se:
Schiu, que se vai cantar o fado. Mas uma das cenas mais interessantes da noite eleitoral de ontem ocorreu na
SIC. Estava José Pacheco Pereira a desenvolver uma interessante análise sociológica baseada nos resultados eleitorais já disponíveis quando foi subitamente interrompido pelo anúncio que José Sócrates se iria preparar para falar (estava a descer no elevador...), e a palavra foi-lhe retirada sem cerimónias. Depois seguiram-se uma meia dúzia de minutos confrangedores, com as câmaras no Hotel Altis a filmarem uma sala mais ou menos na penumbra em que nem sabiam bem o que haviam de focar. Um daqueles
fiascos de
directo televisivo que corre visivelmente mal porque alguém se precipitou…

E até eu, que não era o orador e estava apenas a ouvi-lo, me senti insultado por causa de uma interrupção feita de formas tão canhestra... Ironizando, aquilo não foi mais um episódio para se aferir do hipotético
índice de situacionismo da
SIC, mas creio que mostrou ser uma tremenda falta de respeito por quem estava no uso da palavra. Claro que isto faz parte das regras do jogo que os
figurantes têm de aceitar e suponho que José Pacheco Pereira saberá perfeitamente o que lhe aconteceria se tivesse tido a ousadia de ter mostrado o seu desagrado pelo sucedido: seria sancionado com o
desaparecimento do ecrã de televisão, pelo menos na
SIC – recorde-se
o que já aconteceu a Pedro Santana Lopes.
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