06 junho 2009

…A SÉRIO…

Porque a Guiné-Bissau não é um país a sério é que ainda ali se procuram fomentar Golpes de Estado para tomar conta do poder. Porque a Guiné-Bissau não é um país a sério é que se assassinam os políticos da oposição sob a justificação de que estavam a fomentar um Golpe de Estado(*). Porque a Guiné-Bissau não é um país a sério é que quem assume a responsabilidade pela notícia dos assassinatos é o Chefe de Estado-Maior das Forças Armadas, Zamora Induta. Porque a Guiné-Bissau não é um país a sério é que tudo isto se passou enquanto o Presidente da República interino, Raimundo Pereira, e o Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, para além de outros responsáveis, estavam ausentes do país, a tratar das respectivas saúdes
Tomando em conta a seriedade dos acontecimentos descritos, torna-se intragável, pelo escandaloso exagero, o estribilho recentemente inventado por José Pacheco Pereira, em que procura menosprezar as condições de liberdade de acção política que se usufruem em Portugal: SE PORTUGAL FOSSE UM PAÍS A SÉRIO... Ora se em Portugal a política não se disputasse seriamente a sério, também o clima português se arriscaria a revelar-se muito insalubre para políticos da oposição como José Pacheco Pereira… Obviamente, Portugal é um país muito mais a sério que a Guiné-Bissau e José Pacheco Pereira mais contribuiria para isso se ele se decidisse a ser levado a sério, criando estribilhos políticos proporcionadamente… mais sérios.

(*) Surrealista é também o título da notícia do Diário de Notícias a esse respeito, informando que Secreta da Guiné-Bissau neutraliza 'golpe' ninista. Que título escolheriam eles se a polícia em Portugal desse em neutralizar ladrões e assaltantes da mesma maneira?...

1 comentário: