Não serão muitas as vezes em que estarei de acordo com o que João Gonçalves escreve no seu
blogue Portugal dos Pequeninos, mas assiste-lhe o mérito de, por vezes, me surpreender pela argúcia de algumas das suas deduções. Foi o caso
daquela em que João Gonçalves associou a demissão de Manuel Dias Loureiro do cargo de membro do Conselho de Estado, ocorrida no princípio da semana passada, com o cabeçalho jornalístico da edição imediatamente seguinte do
Expresso (abaixo).

É evidente que não há quaisquer provas testemunhais nem documentais que possam estabelecer que a origem daquela notícia, que associa Cavaco Silva enquanto investidor particular ao BPN, tenha partido do despeitado conselheiro demitido. No entanto as circunstâncias são, no mínimo, propícias a merecerem uma reflexão sobre a coincidência entre aqueles dois acontecimentos. Costuma chamar-se a isso provas circunstanciais, embora não creia que cheguem a ser verdadeiras provas…
Trata-se é de um tipo de raciocínio que se pode voltar contra quem o formula, pois, cicunstancialmente, também é bizarra a admissão de mais um membro ao selectíssimo
clube de pessoas de quem João Gonçalves
não diz mal no seu
blogue: a
Oliveira Salazar,
Bento XVI,
Ramalho Eanes,
Medeiros Ferreira e…
Vasco Pulido Valente veio juntar-se em vésperas de eleições europeias o improvável nome de
Paulo Rangel. Será que um recente convite (aceite) para ele
visitar Bruxelas teve alguma coisa a ver com essa
distinção?...

Confesso que estou curioso por saber se, depois do período eleitoral que hoje termina, Paulo Rangel continuará a gozar no
Portugal dos Pequeninos desse seu estatuto de
intocável em tão distinta
companhia… ou se tudo não terá passado de uma
graduação provisória devida às circunstâncias. Já há uns anos, João Gonçalves teve
a atenção de me
recomendar que me enxergasse e que lesse umas coisinhas. Foi uma das melhores promoções a um
blogue de que me lembro: entretermo-nos a ler
coisinhas (destas) é mesmo no
blogue dele…
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