Que me desculpem a generalização, mas formei a opinião que a ignorância dos brasileiros sobre história medieval é tão grande quanto as expressões de admiração que emitem quando visitam os monumentos daquela mesma época. Ainda recentemente, perante uma audiência de três médicos especialistas, pessoas portanto com formação superior e complementar, nenhum deles fazia a mínima ideia da história do Robin dos Bosques, e muito menos quem fora Ricardo Coração de Leão, João Sem Terra ou o que é que haviam sido as Cruzadas…


– O Estado já meteu 140 milhões no BPN…
– É um bocado mais… – precisou Luís Campos e Cunha.
– Pois, é isso, 140 mil milhões.
Note-se a coincidência entre este último comentário de Constança Cunha e Sá e o que havia sido produzida pela turista brasileira a propósito da arquitectura militar medieval… Ambas são o resultado da ignorância mais profunda sobre o tema de que estão a falar* mas há que reconhecer que, no computo global, a comparação favorece o Brasil: não estava a falar enquanto profissional, não estava a falar para um auditório e não estava a posar…* 140 milhões de euros (28 milhões de contos segundo a antiga moeda) são um montante do âmbito da microeconomia, embora se refira já a uma empresa de dimensões apreciáveis. 140 mil milhões de euros (mil vezes mais que o anterior) já se trata de um montante que se aplica à macroeconomia, descrevendo o PIB de um país com a dimensão de Portugal, que é de cerca de 170 mil milhões de euros. Se o primeiro peca por defeito, ou segundo peca, e muito, por excesso.
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