Houve alguém que já se entreteve aqui pela blogosfera a estimar qual seria o total de medalhas ganhas por uma hipotética potência desportiva discreta que desse pelo nome de União Europeia… Nessas contas, mas actualizadas, adicionando as medalhas que foram ganhas pelos atletas dos seus 27 países constituintes (em que houve 24 que alcançaram medalhas), mais do que bater a concorrência norte-americana e chinesa, o resultado da União Europeia seria esmagador: um total de 280 medalhas (87 de ouro, 101 de prata e 92 de bronze), ou seja quase 30% de todas as medalhas atribuídas! As conclusões políticas que o autor do poste quer extrair é que já não seriam minhas…
Continuando no domínio dos mesmos cenários hipotéticos, lembrei-me de reconstituir a antiga União Soviética, e calcular como poderia ter sido a sua prestação nestes Jogos Olímpicos de Pequim. Procedendo como no exemplo acima, o somatório das medalhas ganhas pelos atletas de 14 das 15 antigas repúblicas soviéticas atingiria as 171 (43 de ouro, 45 de prata e 83 de bronze), um resultado também muito acima dos resultados dos norte-americanos (110) ou dos chineses (100). Também daqui se poderia extrair a conclusão política, que costuma ser tão cara aos membros do nosso partido comunista, que Mikhail Gorbachev terá feito uma grande asneira ao ter desencadeado aquela perestroika…
Contudo, há um cuidado a ter para quem se disponha a levar estas análises demasiado a sério e queira depois extrair conclusões delas. Trata-se de um pormenor técnico mas muito importante: há uma cláusula que limita o número de concorrentes inidviduais que cada país pode inscrever em cada prova dos Jogos Olímpicos. Esse número pode variar com a modalidade (no atletismo o máximo são três atletas, na natação são dois nadadores), mas a cláusula força as potências desportivas (acontece com os Estados Unidos e acontecia com a União Soviética) a realizar disputadíssimas provas prévias de selecção, excluindo muitos desportistas excelentes de participar nos Jogos.
Ora para as contas sobre os resultados desportivos destas duas Uniões virtuais (a Europeia e a Soviética) não se leva em conta essa restrição… Podendo apresentar muito mais competidores por cada prova (por força da adição dos participantes britânicos, alemães, franceses, italianos, etc., num dos casos, e de russos, ucranianos, bielorrussos, arménios, etc., no outro) é evidente que aumentam as probabilidades que eles se encontrem entre os vencedores e os mais bem classificados das provas. E é esse efeito que transforma essas equipas nessas potências discretas que têm o ligeiro defeito de não terem ninguém a puxar por elas.
Contudo, há um cuidado a ter para quem se disponha a levar estas análises demasiado a sério e queira depois extrair conclusões delas. Trata-se de um pormenor técnico mas muito importante: há uma cláusula que limita o número de concorrentes inidviduais que cada país pode inscrever em cada prova dos Jogos Olímpicos. Esse número pode variar com a modalidade (no atletismo o máximo são três atletas, na natação são dois nadadores), mas a cláusula força as potências desportivas (acontece com os Estados Unidos e acontecia com a União Soviética) a realizar disputadíssimas provas prévias de selecção, excluindo muitos desportistas excelentes de participar nos Jogos.
Ora para as contas sobre os resultados desportivos destas duas Uniões virtuais (a Europeia e a Soviética) não se leva em conta essa restrição… Podendo apresentar muito mais competidores por cada prova (por força da adição dos participantes britânicos, alemães, franceses, italianos, etc., num dos casos, e de russos, ucranianos, bielorrussos, arménios, etc., no outro) é evidente que aumentam as probabilidades que eles se encontrem entre os vencedores e os mais bem classificados das provas. E é esse efeito que transforma essas equipas nessas potências discretas que têm o ligeiro defeito de não terem ninguém a puxar por elas.
Curioso exercício sem dúvida.
ResponderEliminarEu fiz um muito mais reduzido, mas que me proporcionou muito gozo e fiquei a saber perfeitamente quem ganhou...