De uma forma mais discreta, o assunto das maternidades, que tanto brado tinha dado há uns tempos atrás por causa do encerramento de algumas delas em variadas regiões do interior, parece ter voltado agora à actualidade. Só que, desta vez, o tema recentrou-se na imposição de que as unidades privadas só possam operar satisfazendo um tipo de requisitos semelhante aqueles que haviam levado à concentração das unidades públicas. Algumas ter-se-ão que se fundir e associar. O que me parece tão justo e tão certo que o assunto se assume como incontroverso.
O Editorial do Diário de Notícias de hoje não compartilha essa minha tranquila leitura. Quem o escreve chega a aventar a hipótese que por detrás do estabelecimento destes requisitos que equiparam o grau de exigência técnica das maternidades privadas às públicas possa estar uma perseguição aos serviços privados, sector que não é da predilecção da ministra. Pelos vistos, o aumento da procura de serviços privados de saúde vai inevitavelmente trazer mais partos para esse sector, mas há quem ache que as condições de exploração não deviam ser equivalentes…
Por detrás deste disparate hipócrita, parece-me que existe uma outra realidade que anda escamoteada daqueles dois artigos do DN: é que o negócio das maternidades, tal qual existiu até agora, deverá ser um dos mais interessantes do sector privado da saúde. Para quem queira ter o menino numa maternidade privada, costumam-se gabar as qualidades da hotelaria e da restauração, mas esquecem-se de avisar que, em caso de uma urgência pediátrica séria, o recém-nascido é logo transferido para um dos Hospitais públicos, para junto dos moços paridos pelas pobres…
Claro que, mesmo sabendo isso, creio que haverá sempre clientes para as maternidades privadas. Lembrem-se das pessoa que preferem viajar em avião em classe executiva. Afinal, embora pagando mais, também ali os benefícios apenas se resumem a questões de conforto e restauração; o avião cumpre o mesmo horário e, em caso de emergência, o destino dos passageiros costuma ser o mesmo, independentemente da classe em que se viaja… No entanto, suponho fosse aborrecido, caso existissem pára-quedas, informar o passageiro de executiva que tinha que comprar um bilhete de turística…
O Editorial do Diário de Notícias de hoje não compartilha essa minha tranquila leitura. Quem o escreve chega a aventar a hipótese que por detrás do estabelecimento destes requisitos que equiparam o grau de exigência técnica das maternidades privadas às públicas possa estar uma perseguição aos serviços privados, sector que não é da predilecção da ministra. Pelos vistos, o aumento da procura de serviços privados de saúde vai inevitavelmente trazer mais partos para esse sector, mas há quem ache que as condições de exploração não deviam ser equivalentes…
Por detrás deste disparate hipócrita, parece-me que existe uma outra realidade que anda escamoteada daqueles dois artigos do DN: é que o negócio das maternidades, tal qual existiu até agora, deverá ser um dos mais interessantes do sector privado da saúde. Para quem queira ter o menino numa maternidade privada, costumam-se gabar as qualidades da hotelaria e da restauração, mas esquecem-se de avisar que, em caso de uma urgência pediátrica séria, o recém-nascido é logo transferido para um dos Hospitais públicos, para junto dos moços paridos pelas pobres…
Claro que, mesmo sabendo isso, creio que haverá sempre clientes para as maternidades privadas. Lembrem-se das pessoa que preferem viajar em avião em classe executiva. Afinal, embora pagando mais, também ali os benefícios apenas se resumem a questões de conforto e restauração; o avião cumpre o mesmo horário e, em caso de emergência, o destino dos passageiros costuma ser o mesmo, independentemente da classe em que se viaja… No entanto, suponho fosse aborrecido, caso existissem pára-quedas, informar o passageiro de executiva que tinha que comprar um bilhete de turística…
Por exemplo: se houver qualquer dificuldade séria, o bébé deixa de ser "Thomaz" e passa a ser "Tomás".
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