Em 1936, o regime alemão aproveitou as circunstâncias da cidade de Berlim ser a anfitriã dos Jogos Olímpicos para organizar uma grandiosa auto-promoção, que era para ser percebida também como uma afirmação do regresso das ambições da Alemanha (a derrotada da Primeira Guerra Mundial) à supremacia na Europa.
Em 1980, provavelmente lembrando-se do exemplo acima, com a realização dos primeiros Jogos Olímpicos num país do Bloco Leste (em Moscovo), os norte-americanos, receosos dos beneficios que os rivais soviéticos pudessem obter com o sucesso do evento, boicotaram-no, no que se veio a revelar uma manobra desastrada.
Desastrada porque uma boa parte dos seus aliados não acompanharam na altura os Estados Unidos no boicote, mas sobretudo porque os soviéticos e os restantes países desse Bloco tiveram ocasião de retaliar de imediato, ao boicotarem por sua vez os Jogos Olímpicos seguintes (1984) que se realizaram em Los Angeles.
Com os três acima mencionados, estes próximos Jogos Olímpicos que começarão amanhã em Pequim (2008) contar-se-ão entre os mais carregados de significado estratégico, da expressão da afirmação mundial do país que os promove. É uma disputa, onde quase que se sente a ambição da China, tanto como o receio norte-americano.
Mas os Estados Unidos não quiseram repetir o erro cometido há 28 anos. Aproveitaram foi a sua máquina informativa que ainda é a predominante na comunicação social mundial, e as notícias que vêm de Pequim, como a da censura à Internet ou a dos problemas da poluição do ar são um permanente incómodo para anfitriões preocupados em que tudo corra bem… 
Desculpe o pretexto para referir o meu novo comentário no seu poste "Alcacer Quibir":
ResponderEliminarOs Jogos Olimpicos transformaram-se numa mentira quase tão grande como seria a monarquia em Portugal.
Pareceu-me muito feliz a sua síntese, e a síntese é o mais resistível em matéria tão abrangente. O facto é que são as sínteses que ficam do que a atenção percorre. É a minha opinião, claro.
ResponderEliminarA sua síntese " em escadinha" é feliz e lúcida! (Hoje não não recurreu ao "Umweg" mais plural...)
ResponderEliminarOS JO evoluiram, são diferentes hoje do que eram quando foram "ressuscitados"... o mundo também o é! E muito. E também convinha perder a visão romântica que domina uma certa nostalgia dos JO na antiga Grécia e que subjaz a muitos comentários por aí. Não no seu post. Com cuja leitura me identifico. Aliás, não sou entendida mas... creio que, pelo menos a médio prazo, os JO serão mais prejudiciais oo "regime" do que o reforçarão. Aliás, os JO tendo uma escala planetária, são uma possibilidade imensa para "mostrar" o que por lá vai. Mesmo com censura... vê-se que há censura...mesmo com repressão...vê-se que há repressão. Mesmo com... mas vê-se...
Mais uma vez, o desporto pode ser uma lente de aumento do que se passa! E neste caso, ... Mas ...é só a minha opinião...
:)
Resalvo imediatamente o "recorreu"... e as demais gralhas. Desculpe ...
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(Estou mesmo disléxica: RESSALVO).
ResponderEliminarVoltei aqui para lhe dizer que voi fazer um link lá para o meu TZero.
:)
Se o 8/8/08 foi escolhido pelos chineses por que lhes dá sorte, a si parece dar-lhe azar, Maria do Sol.
ResponderEliminar:)
Pois é: há dias em que não se deve sair de "casa"...limitações!
ResponderEliminar:)