
Há cerca de uma semana apareceu na imprensa uma notícia que a Marinha portuguesa havia sido
obrigada a aceitar mulheres nos fuzileiros. Isso é concordante com a percepção geral de que a instituição militar é uma das que se tem mostrado mais relutantes à admissão de mulheres e à igualdade do género… Em contrapartida, intriga-me como não haja na sociedade uma percepção idêntica a atitudes semelhantes assumidas por outras instituições, como seja o caso dos
desportos motorizados, onde, tirando os tradicionais comentários sexistas sobre as
mulheres ao volante, nada parece poder explicar o facto.

Lembro-me, dos meus idos tempos de fã da
Formula 1, da italiana
Lella Lombardi (acima) e, claro, em
Rallies, de
Michèle Mouton, popularizada entre nós quando ganhou o
Rally de Portugal em 1982. Mas a verdade crua é que na enorme lista dos
800 nomes de pilotos de Formula 1 da
Wikipedia só
aparecem 5 mulheres nos quase 60 anos de história da modalidade. E em
Rallies os nomes femininos
são também apenas 5. Ora isso ultrapassa tudo o que seria aceitável pelas regras da casualidade – as mulheres representam 0,6% do total. Mas depois
são os generais que são mais
machistas que os dirigentes do automobilismo…

É que muitas vezes a percepção geral existente sobre certas coisas está errada mas é muito mais importante do que aquilo que é a realidade. Isso é evidente num outro gag do filme
Gente Gira de que já havia falado abaixo. Encenava-se uma cena prévia diante da
vítima, em que um cúmplice se queixava de que qualidade da comida num restaurante para ser depois expulso por dois matulões. Depois
preparava-se o prato da
vítima com
pilhas de sal e ficava-se à espera da reacção…Mas uma das
vítimas estragou completamente o
gag, porque, ao arrepio dos sentidos,
não só achou o seu hambúrguer normal, como até lhe adicionou mais sal…
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