
Historicamente, Inglaterra, Escócia e Irlanda são três reinos distintos e é por isso que o nome oficial do país que designamos das mais diversas formas (Inglaterra, Grã-Bretanha, …) é Reino Unido. A sua bandeira (designada por Union Jack) resulta da sobreposição das bandeiras de cada um daqueles reinos: composta inicialmente da junção da Cruz de São Jorge inglesa (canto superior esquerdo) e da de Santo André escocesa (em azul), quando os dois parlamentos se unificaram em 1707, adicionou-se depois a Cruz de São Patrício irlandesa, com a unificação do parlamento irlandês aos outros dois, em 1801.
A União de 1801 importou também para o Parlamento de Westminster o problema da enorme falta de representatividade dos seus membros irlandeses. A Irlanda tinha, como acontecia em imensos países da Europa contemporânea, uma estrutura social de tipo colonial, só que em que em vez da etnia ou da cor da pele, era a religião que fazia de elemento de segregação. A esmagadora maioria das classes dirigentes eram protestantes, com excepção do caso do Ulster, a totalidade do resto da população era católica. Feitas as contas 80 a 90% da população era composta por católicos, mas estes não estavam autorizados a ter assento no Parlamento…
A União de 1801 importou também para o Parlamento de Westminster o problema da enorme falta de representatividade dos seus membros irlandeses. A Irlanda tinha, como acontecia em imensos países da Europa contemporânea, uma estrutura social de tipo colonial, só que em que em vez da etnia ou da cor da pele, era a religião que fazia de elemento de segregação. A esmagadora maioria das classes dirigentes eram protestantes, com excepção do caso do Ulster, a totalidade do resto da população era católica. Feitas as contas 80 a 90% da população era composta por católicos, mas estes não estavam autorizados a ter assento no Parlamento…

Mesmo assim, Daniel O´Connell manteve-se até ao fim (1847) um defensor da rejeição da União de 1801. No ano anterior, nascera Charles Stewart Parnell e começara a praga da batata que viria a causar a morte de cerca de 750.000 irlandeses e a provocar a emigração de mais de dois milhões deles para os Estados Unidos. À primeira vista Charles Parnell é um muito improvável líder nacionalista irlandês que desse expressão política ao mal estar que ali se vivia: as suas origens sociais anglo-irlandesas protestantes e a sua educação clássica (Cambridge) faziam-no pertencer à classe que os mais radicais de entre o movimento queriam erradicar.

Em Westminster, os deputados nacionalistas irlandeses dedicaram-se à obstrução sistemática dos trabalhos parlamentares recorrendo ao seu prolongamento indefinido – uma técnica conhecida em inglês por filibuster – chegando ao limite de ler metodicamente as actas de debates anteriores… Apenas as questões que envolvessem os interesses irlandeses é que podiam ser discutidas normalmente. Parnell, sem ser um grande orador, era um temível adversário político que acabou por ser abatido através de um caso de costumes, ao apaixonar-se por uma mulher casada, Katharine O´Shea, um problema grave para quem dependia de apoiantes católicos, para mais no período vitoriano...

* Irish Republican Army - Exército Republicano Irlandês
Que excelente blogue. O que eu andei a perder!
ResponderEliminarPosso saber se o teu interesse pelo espaço é também profissional?
Espreita:
http://nadirdostempos.blogspot.com/2007/10/nova-lua.html
Muito obrigado pelo comentário.
ResponderEliminarSe pretende perguntar se a minha actividade profissional tem alguma ligação com o espaço, a resposta é não.