Não foi assim há tanto tempo que o que estava na moda, vindo da Alemanha, era o Verde, o partido era a Die Grünen (Os Verdes), protagonizado por pessoas cativantes como Joschka Fischer (acima), que representava todo um percurso exótico e alternativo desde os idos anos loucos de 1968… Mas lendo quem costuma estar atento a essas modas, esses tempos parece que já foram, e embora Os Verdes continuem a sua disputa na politica alemã com bons resultados, a cor da nova estação é o Vermelho, o partido é a Die Linke (A Esquerda), e a figura, menos cativante mas mais coerente que Fischer, é a de Oskar Lafontaine (abaixo).
Há no parágrafo anterior um retrato de uma superficialidade exuberante, irónico, mas a verdade é que me parece excessiva a velocidade, com que o pessoal de certa esquerda de gola alta (e sem gravata...) passa, e ao contrário de Marco Paulo (que tinha dois), de um amor para outro… Melhor que isso, e aproveitando a vaga de fundo dos que reconhecem em Lafontaine o paladino da esquerda, de uma verdadeira esquerda, só mesmo os analistas especializados em analogias, que conseguem antecipar, sem o expressar directamente, como Manuel Alegre cá em Portugal é capaz de lhes seguir as pisadas.
Mas basta a consulta de um par de vídeos sobre a formação alemã, envolvendo não só Oskar Lafontaine, como também Gregor Gysi, o dirigente da outra metade da Die Linke, o PDS, a organização dos comunistas da antiga Alemanha Democrática (mais apreciado noutras paragens), para se perceber como o partido que resultasse dessa hipotética cisão do PS pela esquerda nada teria de semelhante com o alemão. A pose aristocrática e declamatória de Manuel Alegre, bem pode proclamar a esquerda e a liberdade a cada parágrafo, mas não se a imagina ao som da banda sonora da Internacional…
Há no parágrafo anterior um retrato de uma superficialidade exuberante, irónico, mas a verdade é que me parece excessiva a velocidade, com que o pessoal de certa esquerda de gola alta (e sem gravata...) passa, e ao contrário de Marco Paulo (que tinha dois), de um amor para outro… Melhor que isso, e aproveitando a vaga de fundo dos que reconhecem em Lafontaine o paladino da esquerda, de uma verdadeira esquerda, só mesmo os analistas especializados em analogias, que conseguem antecipar, sem o expressar directamente, como Manuel Alegre cá em Portugal é capaz de lhes seguir as pisadas.
Mas basta a consulta de um par de vídeos sobre a formação alemã, envolvendo não só Oskar Lafontaine, como também Gregor Gysi, o dirigente da outra metade da Die Linke, o PDS, a organização dos comunistas da antiga Alemanha Democrática (mais apreciado noutras paragens), para se perceber como o partido que resultasse dessa hipotética cisão do PS pela esquerda nada teria de semelhante com o alemão. A pose aristocrática e declamatória de Manuel Alegre, bem pode proclamar a esquerda e a liberdade a cada parágrafo, mas não se a imagina ao som da banda sonora da Internacional…
Tal como Giuliani, Alegre nunca dará o salto definitivo porque sabe que não tem arcaboiço para tanto.
ResponderEliminarEle está no lugar que melhor sabe (e pode) ocupar, ou seja, o rebelde simpático, o poeta lírico, o trovador que faz estremecer a plateia central, mas logo baixa o tom, vota com a maioria ou abstém-se sabendo que é a feijões.
Aliás, há muito quem pense que Alegre foi sempre assim, lutador anti-fascista, sim, mas por correspondência,à distância.
Paris, mesmo Argel, talvez seja exílio, mas não é Guiné ou Angola, não é Caxias nem Peniche...
Como diz e bem: A génese da Die Link é muito mais abrangente e em princípio não permitirá qualquer abraço de urso, venha ele de onde vier, sob pena de estiolar.
ResponderEliminarA Esquerda Alemã não decorre de uma cisão no SPD. Manuel Alegre terá, se quiser "mexer-se", de adoptar uma estratégia diferente.