13 de Setembro de 1980. A 11ª Conferência Mundial de Energia que se realizou em Munique terminou com a previsão de uma crise energética para daí a 20 anos. Hoje constata-se que passámos pelos anos 2000, sem nos termos apercebido de nenhuma «grave penúria». E prevalece a impressão que, se em vez de 3.000 peritos, tivessem lá estado ainda mais peritos, o fiasco das conclusões continuaria a ser o mesmo... Não se tratava de uma questão de quantidade de peritos. Porém, e pelo contrário, se os peritos tivessem sido menos e mais lúcidos, e antecipado que nada de anómalo se iria passar no futuro da energia, a Agência France Press (AFP) que assina o despacho, e sobretudo o Diário de Lisboa que o publica, teriam que ter inventado qualquer outra coisa apelativa (não necessariamente verdadeira) para preencher aquele mesmo espaço já que o jornalismo não se interessa por peritos que não despertem o interesse dos leitores. É o dilema da comunicação social, por muito que ela se esforce por nos convencer que está do nosso lado. Nem sempre, e na maioria das vezes não o está, embora se escape com impunidade: reconheça-se que, nos anos 2000, já ninguém se lembrava desta galga da crise de energia e, além disso, há dez anos que o Diário de Lisboa desaparecera...
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