«- Eu sou um crente nas vacinas» (I'm a believer in vaccines). 125 anos, contados quase dia por dia, após a morte de Louis Pasteur (para quem não saiba, foi o descobridor da vacina contra a raiva), um americano normal, interveniente num programa nacional da CNN, coloca a questão da vacinação nos domínios da Fé e da Religião: haverá os crentes como ele, e os que não acreditam nas propriedades curativas das vacinas. E o crente em questão, que se chama Dan Carter, vive no Connecticut e é um votante em Donald Trump, apesar de ter ficado recentemente desempregado, sente-se mesmo na obrigação de se justificar, talvez por causa da sua sofisticação, quando em comparação com os outros cinco membros do painel do programa: ele gozou de assistência médica («healthcare») durante os últimos catorze anos, «por isso é um crente em vacinas». Acessoriamente, é o único que se disponibiliza (e moderadamente...) a ser inoculado com a futura vacina contra o vírus da covid-19. Mas o meu espanto não se ficou por aí: seguem-se as explicações dos outros participantes do programa sem que a sua moderadora, Alisyn Camerota, se tivesse sentido na necessidade de moderar as justificações mais intuitivas com alguma dose de crítica científica. Podiam fazer isso, mas não interessa fazer isso, que fazê-lo podia enxotar parte da audiência. Estes programas são, para mim, muito mais instrutivos do que a grande maioria das análises que se vêem por aí, a respeito da sociedade americana. Só assistindo a estas exibições de povo americano é que se pode perceber Donald Trump: ele não emerge propriamente do nada.
Parece que o debate de ontem (ou hoje) entre Trump e Biden foi inenarrável.
ResponderEliminar