09 setembro 2020

DOZE OU TREZE ANOS?

Há um punhado de dias, apareceram na net umas imagens impressionantes da actuação da polícia chinesa em Hong Kong, perseguindo e imobilizando uma miúda que se percebe estar assustada com a intimidação do aparato policial que a cerca. A pequena miúda, que nos informam ter apenas doze anos, acaba no chão, derrubada por uma força mais do que bruta, desproporcionada, numa condenação pungente do que pode ser a violência policial corriqueira na China de hoje, mesmo em locais, como Hong Kong, que já terão gozado de outras experiências mais benignas quando sob administração colonial. Mas, nesta guerra de reputações, os chineses parecem ter outros meios e ser adversários mais coriáceos dos americanos do que outrora o foram os soviéticos. E, porque a actuação da polícia nos Estados Unidos é um manancial para barbaridades, a resposta retaliadora imediata parece ter sido a publicitação de um episódio ocorrido quase na mesma altura em Salt Lake City, quando a mãe de um miúdo autista de treze anos chamou a emergência médica (911) porque estava com dificuldades em lidar com o filho. A polícia antecipou-se ao apoio médico especializado e agora a senhora está a tentar perceber o que pode ter acontecido para que o seu filho tivesse sido baleado quatro ou cinco vezes e ido parar a uma cama de hospital em estado muito grave... Todos sabemos que aquilo que distingue os Estados Unidos da China vai muito para além do comportamento das respectivas forças policiais, mas, no que diz respeito concretamente a este tópico, será que não nos podemos distanciar de qualquer dos estilos, e pugnar por uma terceira via?... Entre agredir uma miúda de doze e balear um miúdo de treze anos, a diferença de idades não parece faceta substancial, pois não?...

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